Celeiro de Bambas - 14

  Osmar do Cavaco

 

  Pandeiro, tant� e tamborim est�o em seus lugares. A cerveja, quase gelada. Os saborosos quitutes est�o acabando de sair do fog�o. � mais uma gostosa roda de  pagode sendo preparada. E l� vem um senhor sorridente, trazendo consigo um cavaquinho. Pronto, agora j� pode come�ar, n�o falta mais nada. Osmar do  Cavaco j� chegou, trazendo, principalmente, sua alegria.
 

  O sambista do Caju
  Osmar Proc�pio da Silva, o Osmar do Cavaco,  nasceu no bairro do Caju, em 10 de janeiro de 1931. O talento foi herdado de fam�lia. Seu pai, Laudelino Proc�pio da Silva, o  Lalau, era m�sico e tocava com os principais chor�es da cidade. Evidentemente, foi a primeira grande inspira��o musical do filho, exemplo naturalmente  seguido.

  O contato com os grandes mestres
  Se n�o bastasse a heran�a paterna, o jovem Osmar acompanhava o pai nos encontros musicais com grandes mestres, entre eles Jacob do Bandolim e  Pixinguinha. Mesmo contra a vontade de "seu" Laudelino, o destino de Osmar j� estava tra�ado: iria se dedicar � m�sica, espalhando o que aprendera em casa  e nos contatos com alguns dos maiores g�nios da m�sica popular brasileira.

 Conhecendo a Portela
 Aos 18 anos mudou-se para Marechal Hermes. Foi para a Portela levado por Casquinha, e a identifica��o com a escola foi imediata. Criou logo um importante  c�rculo de amizade, la�os que seriam mantidos at� o fim de sua vida.

  Foi o primeiro cavaquinista da Portela, respons�vel pelo acompanhamento do int�rprete  durante o desfile, de 1971 at� 1987. Entrou na Velha Guarda atendendo a um pedido de Paulinho da Viola. Logo, se tornaria uma das figuras mais carism�ticas  do grupo.

  O reconhecimento do pai
  O pai n�o queria que o filho tocasse, tinha medo que tivesse uma vida bo�mia e passasse dificuldade. Foi apenas em 1971, ao ouvir o filho acompanhando o  samba "Lapa em tr�s tempos", que levaria a escola ao ao vice-campeonato daquele ano, que o pai reconheceu que o filho era um grande m�sico e deveria  seguir a muitas vezes conturbada carreira art�stica.

  As rodas de pagode
 Osmar se apresentou v�rias vezes com Candeia, fazendo shows nas principais casas de espet�culo do pa�s. A alegria era sua marca registrada. O sorriso,  constante em seu rosto. Osmar era freq�entador ass�duo de todas as rodas de samba. Uma boa roda de pagode era, antes de tudo, a oportunidade de curtir  momentos felizes ao lado dos amigos. A m�sica, al�m de profiss�o, era tamb�m seu lazer.

 Um tradi��o de fam�lia
 Da mesma forma que herdou do pai o dom da m�sica, seu filho, S�rgio Proc�pio da Silva, tamb�m recebeu da fam�lia o talento musical. Serginho substituiu o  pai no conjunto da velha guarda e � o mais jovem integrante do grupo musical que mant�m viva a tradi��o dos antigos portelenses.

 As rodas celestiais
 Osmar do Cavaco faleceu no dia 05 de fevereiro de 1999. Talvez os grandes mestres do samba, em suas rodas celestiais, estivessem ressentindo de sorrisos  sinceros. Talvez o c�u estivesse chato, e o pagode sem gra�a. Talvez os "causos" e hist�rias j� estivessem se esgotando. Pronto, agora j� pode come�ar, n�o  falta mais nada. Osmar do Cavaco j� chegou, trazendo, principalmente, sua alegria.

 


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Equipe Portela Web - 2002

 

Pesquisa e cria��o de texto: F�bio Pav�o

Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares

Bibliografia:

VARGENS, jo�o Baptista M & MONTE, Carlos. A Velha-Guarda da Portela, Rio de Janeiro, Manati,2001.