Os símbolos da opulência republicana
Mais do que simples edifícios para embelezar a paisagem carioca, as construções da nova Avenida Central foram símbolos da opulência republicana, representações do que a elite da virada do século projetava para o futuro do país, tendo na capital federal a personificação da ordem e do progresso.
De Paris vinha a inspiração. Não apenas da avenida, mas dos prédios que surgiam em sua volta, meticulosamente estudados pela equipe de Pereira Passos antes do aval para a construção. Quando a avenida foi inaugurada, os principais símbolos desse novo tempo ainda estavam em construção. Hoje, mais de 90 anos depois, são considerados patrimônios do povo brasileiro, abrigando boa parte de nossa produção cultural.
Palácio Monroe - Réplica do premiado pavilhão brasileiro na exposição internacional de Saint Louis, em 1904, que marcava o centenário da aquisição da Lousiana pelos Estados Unidos, foi reconstruído em 1906 na Avenida Rio Branco, antes mesmo da instalação do obelisco, para a conferência pan-americana daquele ano. |
|
||
Palácio Monroe |
|
Projeto do general-arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar, foi chamado inicialmente de Pavilhão São Luiz. Passou a se chamar Monroe em homenagem ao presidente americano James Monroe, criador do Pan-americanismo. Inicialmente ocupado por exposições, foi reformado em 1914 para abrigar provisoriamente a Câmara dos Deputados. A partir de 1925, sediou o Senado Federal. O Monroe foi um dos símbolos da democracia no Brasil. Após a transferência da capital para Brasília, passou a abrigar órgãos burocráticos do governo. Na década de 70, foi autoritariamente demolido por pessoas insensíveis, ignorando-se sua importância cultural e arquitetônica. |
||
Teatro Municipal - Projeto do arquiteto Francisco de Oliveira Passos, filho de Pereira Passos, o que motivou muita polêmica, e com pano de boca de Eliseu Visconti, é inspirado na Ópera de Paris. |
|
|
|
Teatro Municipal em construção |
|
Sua inauguração ocorreu em 1909, com duas óperas curtas nacionais - Insônia, de Francisco Braga, e Moema, de Delgado de Carvalho - e ainda um trecho do Condor, de Carlos Gomes, e a comédia em um ato de Coelho Neto, Bonança, pelo grupo de amadores de Artur Azevedo. Desde então, destaca-se não apenas na paisagem carioca, mas também no cenário cultural da América Latina.
|
||
Teatro Municipal |
|
|
Escola Nacional de Belas Artes - Projeto do arquiteto Adolfo Morales de los Rios, inspirado na Ala Visconti do Museu do Louvre. Inicialmente Escola Nacional de Belas Artes, passou a ser definitivamente museu em 1937, ganhando o nome de Museu Nacional de Belas Artes. |
Escola Nacional de Belas Artes |
Biblioteca Nacional - Outro projeto do arquiteto Souza Aguiar, foi inaugurado em 1910. O acervo tem como origem a Biblioteca Real Portuguesa, trazida por D. João VI e devidamente indenizada no acordo pela independência do país. Abrigou também a Câmara dos Deputados durante as obras para a construção do Palácio Tiradentes. |
|
||
Biblioteca Nacional |
|
Supremo Tribunal Federal - Inicialmente planejada para ser a sede do Palácio Arquiepiscopal, o prédio que abrigava o Supremo Tribunal Federal foi projetado por Adolfo Morales de los Rios, a partir de uma igreja parisiense. |
||
Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral
Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor
Equipe Portela Web - 2002
Pesquisa e criação de texto: Fábio Pavão
Revisão ortográfica: Fabrício Soares