Hist�rico

  Nada mais tradicional em uma escola de samba que sua ala das baianas. Obrigat�ria desde os primeiros desfiles, o rodopiar dessas velhas senhoras � sempre esperado pelo p�blico na avenida. Os anos passam, o carnaval muda, mas a magia das baianas permanece. As baianas representam uma liga��o entre o carnaval moderno e os tempos rom�nticos, unindo a ingenuidade da Pra�a XI ao profissionalismo da Marqu�s de Sapuca�. S�o como um elo que estabelece a continuidade entre essas duas �pocas, t�o distantes e diferentes, provando que, apesar das transforma��es, o espet�culo � o mesmo.

 

    Segundo Hiram Ara�jo, as baianas s�o origin�rias das "taieiras", mulatas trajadas de baianas, que formavam a guarda de honra do andor de Nossa Senhora do Ros�rio e na prociss�o de S�o Benedito, no Dia de Reis. Quando as escolas de samba surgiram, as baianas passaram a incorporar a nova manifesta��o.

  A Bahia sempre foi o principal p�lo difusor de cultura negra do Brasil. Negras idosas, geralmente africanas, utilizavam vestimentas rodadas com turbantes para vender doces t�picos. Sabe-se que os migrantes vindos da Bahia exerceram grande influ�ncia no samba e na cultura negra, de uma maneira tal que fizeram-na fervilhar no in�cio do s�culo XX.

  Nos prim�rdios das escolas, eram os homens que sa�am de baianas. Isso era um fato natural, associado � falta de seguran�a e � viol�ncia que rondavam as manifesta��es carnavalescas populares. � importante lembrar que o nome de um dos blocos que originou a Portela chamava-se "Baianinhas de Oswaldo Cruz" e dele participavam, e desfilavam, nomes como Claudionor Marcelino, Ventura, Manuel Bam Bam Bam, Jo�o da Gente e outros.

  Durante muito tempo, eram as pr�prias baianas que desenhavam suas fantasias, confeccionadas muitas vezes de pano de saco e cetim. Hoje, recebem cada vez mais aten��o por parte dos carnavalescos, tornando-se um dos maiores segredos que as escolas levam para o desfile. N�o s�o quesitos, mas s�o obrigat�rias, sob a pena de perda de pontos.

  Uma baiana n�o samba, sua evolu��o � diferente dos demais componentes. Sua movimenta��o � feita de rodopios, que podem ou n�o ser constantes. N�o possuem posi��o espec�fica dentro de um desfile, podendo aparecer em qualquer lugar, de acordo com o organograma preparado pela escola. Se as baianas acompanharam o desenvolvimento do carnaval, foi somente em 1960 que elas formaram uma ala pr�pria, com as caracter�sticas de hoje, cabendo o pioneirismo � Esta��o Primeira de Mangueira.

  Entre as primeiras baianas da Portela, destacamos Diva Caetano (esposa de Ant�nio Caetano),
Margarida, Geralda, Herc�lia, Doralice (Dora), Jacira, Ninita, Vicentina, Albertina, Bernardina e Ira.

  Hoje, as baianas da Portela tomam uma atitude pioneira e se organizam num grupo musical. Se a Portela foi a primeira escola a lan�ar a Velha Guarda Show, tamb�m saiu na frente e lan�ou um "grupo de baianas show", o Baianas da �guia.


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Equipe Portela Web - 2001

 

Pesquisa e cria��o de texto: F�bio Pav�o

Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares

 

 

Bibliografia:

 

ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis mil�nios de hist�ria. Rio de Janeiro. Gryphus. 2000

CANDEIA FILHO, Ant�nio & ARA�JO, Isnard. Escola de samba - �rvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Ed. Lidador, 1978.