Bateria da Portela

     Falar da bateria da Portela � lembrar de grandes mestres que escreveram a hist�ria do samba. Sua batida firme � reconhecida no Brasil e no exterior, o que a fez ganhar fama no mundo do samba como a "Tabajara do Samba".

 

Bateria da Portela - Agachado, mestre Betinho

    Nas festas na casa do Sr. Napole�o, Sr. Vieira, D. Nen�m e Dona Esther, participantes dos cultos afro-brasileiros, em suas diversas linhas e na��es, traziam seus instrumentos: viol�es, atabaques, cavaquinhos, tamborins, tamboretes, pandeiros e cu�cas, que formavam o ritmo para o lundu, caxambu, jongo e samba. Desse per�odo distante, a Portela formou o seu "regional", grupo que se apresentava com os instrumentos em festas e circos.

Nas primeiras apresenta��es do ent�o Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz, o grupo utilizava os m�sicos desse "regional", formando o embri�o da bateria da Portela. Grande parte dos primeiros instrumentos portelenses foi trazida do quartel pelo sargento Mendon�a. Contudo, esses instrumentos precisavam ser devolvidos, e a Portela teve que produzir suas pr�prias pe�as de bateria no barrac�o.

Quem come�ou a desenhar a trajet�ria gloriosa da bateria da Portela foi Adalberto dos Santos, o mestre Betinho, que mudaria definitivamente o rumo das baterias e do carnaval carioca. Foi Betinho quem introduziu nas escolas de samba instrumentos como a caixa-surda e o reco-reco. Certa vez, observando um guarda de tr�nsito no exerc�cio de suas atividades, Betinho teve a id�ia de usar um apito para comandar seus ritmistas, iniciando uma pr�tica que se tornou comum.

Depois de Betinho, "Ximbute", antigo auxiliar, assumiu o comando de nossa bateria. Corneteiro do Ex�rcito, "Ximbute" utilizou na bateria instrumentos comuns nas bandas marciais. Oscar Bigode tamb�m foi outro grande mestre da Portela e do carnaval carioca, sempre procurando inovar e introduzir novos instrumentos.

Al�m desses, Nozinho, Vadico, Quincas, Valdomiro, Bombeiro, Cinco e Andr�, que fez sucesso inventando a "paradinha" na Mocidade Independente de Padre Miguel, foram grandes diretores ou mestres de bateria da Portela.

 

                           Portela - 1969

Mestre Mar�al, outro grande nome do carnaval carioca, filho do talentoso sambista Armando Mar�al, foi mais um grande diretor de bateria da Portela. No final da d�cada de 80 e in�cio da d�cada de 90, o comando da "Tabajara do Samba" esteve sob a responsabilidade de mestre Timb�.

A Portela tamb�m foi a primeira escola a permitir a participa��o de mulheres na bateria. Dagmar, que tocava surdo, entraria dessa forma para a Hist�ria do carnaval.

A "Tabajara Portelense" conserva como caracter�stica b�sica o surdo de terceira, com o couro mais frouxo, criado na d�cada de 40 por Sula. Ostenta dois Estandartes de Ouro, conquistados nos anos de 1972 e 1986. � uma bateria "pesada", onde nota-se a presen�a marcante dos surdos. Ao contr�rio de outras escolas, a Portela mant�m a tradi��o de colocar todos os surdos de primeira de um lado e todos os de segunda do outro.

At� o carnaval de 2002, Mestre Mug foi o maestro da nossa "Tabajara", herdeiro da tradição de grandes mestres portelenses.

Em 2003, assumiu a bateria Carlinhos Catanha, filho de mestre Catanha, que durante anos dirigira o naipe de tamborins. Carlinhos tocava na bateria há quase 20 anos e é prata da casa. Ele fez um ótimo desfile e permaneceu na bateria até dezembro de 2003, quando foi afastado da direção. Segundo o então diretor da escola, Marco Aurélio Fernandes, Catanha estava descaracterizando a bateria. O mestre não concordou com a afirmação, mas deixou o cargo junto com vários diretores. Assumiu o Mestre Mug, que levaria a bateria até o fim do carnaval.

Em agosto de 2004, já na administração de Nilo Mendes Figueiredo, Amando Marçal, o Marçalzinho, filho de Mestre Marçal, foi convidado para dirigir a bateria da Portela . Marçalzinho, que freqüenta a escola, mas estava afastado da bateria desde 1986, aceitou o convite.

A bateria se saiu muito bem em 2005, num desfile cheio de problemas. No final do ano, ocupado com o trabalho de percussionista, Marçalzinho pediu demissão e deixou um de seus diretores no cargo. Há boatos de que ele havia se desentendido com a diretoria. No entanto, o próprio garante que os motivos são profissionais.

Nilo Sérgio, que já estava na Portela desde os tempos de Mug, é o atual diretor de bateria da Portela e faz sua estréia no desfile de 2006.



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Equipe Portela Web - 2001

 

Pesquisa e cria��o de texto: F�bio Pav�o e Marcello Sudoh

Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares

 

 

Bibliografia:

 

ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis mil�nios de hist�ria. Rio de Janeiro. Gryphus. 2000

CANDEIA FILHO, Ant�nio & ARA�JO, Isnard. Escola de samba - �rvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Ed. Lidador, 1978.