Hist�rico
A bateria � a alma e o cora��o de uma escola de samba. Suas batidas firmes, sempre no compasso bin�rio (2/4), seguram o ritmo da escola, como se energizassem a avenida at� a sa�da do �ltimo componente.
Os instrumentos de percuss�o foram herdados dos escravos africanos. Segundo Hiram Ara�jo, uma das principais caracter�sticas do samba est� na "s�ncopa", ou seja, tornar fraco um tempo forte, ou simplesmente omitir um tempo, presente nas ra�zes africanas.
Ao longo dos anos, os instrumentos foram se aperfei�oando, perdendo um pouco das caracter�sticas que possu�am nos primeiros carnavais. S�o comuns hist�rias de instrumentos que utilizavam o couro do gato como mat�ria-prima, sendo esquentados numa fogueira momentos antes do desfile. Tudo isso parece muito estranho hoje. � dif�cil imaginar que o tamborim um dia j� foi quadrado, que da barrica de madeira se fazia cu�ca e surdo de marca��o, que o reco-reco era feito com bambu ou chifre de animais. |
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Na forma��o da bateria das escolas de samba, est�o elementos de outras manifesta��es carnavalescas e das religi�es de origens africanas. As caixas e os tar�is, por exemplo, s�o oriundos dos ranchos e dos cord�es, enquanto o pandeiro e o reco-reco s�o t�picos do candombl�.
Podemos dividir as pe�as de uma bateria em instrumentos pesados (surdos de marca��o, repeniques, tar�is, caixas de guerra e surdos de terceira) e instrumentos leves (tamborins, pandeiros, cu�cas, pratos, chocalhos, frigideiras, agog�s e reco-recos).
Nos meses que antecedem o carnaval, os ritmistas, como s�o chamados os integrantes de uma bateria, ensaiam exaustivamente. Toda a prepara��o fica sob responsabilidade de um mestre de bateria, uma esp�cie de maestro, que tem a dif�cil tarefa de fazer a "orquestra" se apresentar perfeita no dia do desfile. Para isso, os mestres contam com o aux�lio dos diretores de bateria. Juntos, o mestre e seus diretores planejam o quesito mais importante de uma escola de samba em seus m�nimos detalhes, determinando o n�mero ideal de ritmistas e a organiza��o e disposi��o dos instrumentos.
Embora os mestres de bateria tenham liberdade para planejar a disposi��o dos instrumentos, algumas regras b�sicas precisam ser respeitadas, como a separa��o entre as pe�as pesadas e leves. Cada bateria possui suas caracter�sticas pr�prias, que precisam ser respeitadas. O que n�o � dif�cil, uma vez que, na maioria dos casos, os pr�prios mestres e diretores s�o formados aprendendo a tocar dentro das caracter�sticas de sua escola, mantendo uma estreita liga��o com essas peculiaridades.
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Equipe Portela Web - 2001
Pesquisa e cria��o de texto: F�bio Pav�o
Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares
Bibliografia:
ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis mil�nios de hist�ria. Rio de Janeiro. Gryphus. 2000
CANDEIA FILHO, Ant�nio & ARA�JO, Isnard. Escola de samba - �rvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Ed. Lidador, 1978.