Hist�rico

  Quando o rancho "Ameno Resed�", fundado em 1908, mudou a concep��o ing�nua das primeiras
associa��es e exibiu temas complexos, atrav�s da representa��o aleg�rico-musical, estava n�o apenas promovendo uma revolu��o na manifesta��o criada por Hil�rio Jovino, como tamb�m definindo o caminho que as escolas de samba, que apareceriam d�cadas depois, iriam percorrer. 

 

  Nas d�cadas de 20 e 30, os ranchos atingiram o auge. Deixaram de ser a manifesta��o popular do povo da pedra do Sal e passaram a fazer sucesso, seguindo o exemplo das grandes sociedades, nas camadas mais altas da sociedade. Renomados cen�grafos e escultores se transformaram em "t�cnicos", respons�veis pelo desenvolvimento de enredos que estavam muito distantes da realidade das pessoas que criaram os ranchos. 

  "A�da de Verdi" e "A Divina Com�dia de Dante Alighieri" foram alguns dos enredos que os "t�cnicos" apresentaram na Avenida Rio Branco, palco nobre do carnaval carioca. No representa��o desses enredos, os "t�cnicos" procuravam apresent�-los atrav�s de fantasias e alegorias, como uma esp�cie de teatro em movimento. 

  No in�cio da d�cada de 30, o portelense Ant�nio Caetano, artista da Marinha brasileira, procurou representar visualmente, sobretudo atrav�s de adere�os, os primeiros temas que as escolas apresentavam. Para representar o t�tulo "Sua majestade, o samba", Caetano utilizou uma pessoa dentro de uma barrica, em que as partes do corpo representavam os instrumentos de um conjunto musical. 

  Com o tempo, a representa��o visual dos temas tornou-se uma pr�tica comum nas escolas de samba, e Caetano passou a ser considerado o primeiro carnavalesco da hist�ria do carnaval carioca. Os enredos, a partir de 1938, passaram a exaltar importantes figuras da Hist�ria nacional, exig�ncia da pol�tica do Estado Novo de Vargas. 

  A import�ncia do carnavalesco ainda era limitada, diferente dos "t�cnicos". Somente no in�cio da d�cada de 60, com as mudan�as promovidas por Fernando Pamplona e sua equipe, no Salgueiro, os carnavalescos passaram a ser a figura principal na prepara��o do espet�culo. 

  Em meados da d�cada de 70, Jo�ozinho Trinta, antigo auxiliar de Pamplona no Salgueiro, traz mudan�as significativas para a est�tica dos desfiles, conquistando campeonatos pela escola tijucana e colocando a pequena Beija-Flor no hall das grandes escolas. Inaugurava-se o per�odo dos "super-carnavalescos", organizadores e idealizadores de toda a parte art�stica das escolas. 

  A figura do carnavalesco, hoje, continua sendo imprescind�vel numa escola de samba, embora algumas delas, como a Beija-Flor, adotem, desde o final da d�cada de 90, um modelo de organiza��o descentralizado, baseado numa comiss�o de carnaval. 

  Em geral, s�o os carnavalescos os respons�veis pela concep��o e desenvolvimento do enredo, planejando sua leitura atrav�s das fantasias e alegorias.


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Equipe Portela Web - 2001

 

Pesquisa e cria��o de texto: F�bio Pav�o

Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares

 

 

Bibliografia:

 

ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis mil�nios de hist�ria. Rio de Janeiro. Gryphus. 2000

CANDEIA FILHO, Ant�nio & ARA�JO, Isnard. Escola de samba - �rvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro, Ed. Lidador, 1978.