Ensaio Técnico (Fevereiro / 2006)

    A Portela realizou, no dia 4 de fevereiro, seu terceiro e último ensaio técnico na Marquês de Sapucaí. Os portelenses coloriram de azul e branco o principal palco do carnaval carioca e, com torcidas organizadas, encheram vários setores da Passarela do Samba.

  O esquenta, com o samba “Portela na Avenida”, levou os portelenses ao delírio. Muitos chegaram às lágrimas ao ouvir o samba, que anos após o lançamento ainda emociona os torcedores da escola de Oswaldo Cruz e Madureira.

  Apesar da torcida a favor, alguns erros apresentados no ensaio anterior, mesmo amenizados, continuaram a ser observados. Ainda falta espontaneidade ao primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Andréia. Por várias vezes, o presidente da Portela, Nilo Figueiredo, chamou a atenção do casal, pedindo para que evoluíssem, pois não se apresentavam direito. Outro ponto fraco da agremiação foi a harmonia. Os responsáveis por este setor da Portela não cumpriram sua função. Várias alas ficaram acéfalas em virtude da falta de uma pessoa que comandasse seus integrantes.

 

  Além disso, o canto esteve irregular ao longo da escola. Vários componentes de alas não cantavam o samba, considerado um dos mais belos deste carnaval. Muitos pareciam estar cansados e arrastavam-se pela Marquês de Sapucaí. Um outro problema foi a entrada da bateria no segundo recuo. Desta vez, no entanto, a culpa foi do presidente da escola, que mandou a bateria entrar no recuo de frente. A entrada no box foi confusa, o que provocou buracos entre as alas que vinham atrás da bateria. Musicalmente falando, entretanto, o erro na entrada do box não prejudicou a cadência da bateria, que fez, mais uma vez, uma apresentação impecável. No final do ensaio ainda houve tempo para mais um bronca do presidente Nilo nos integrantes da harmonia, devido à preocupação com a demora da agremiação em transpor a linha que limita o fim do desfile.

   Mas nem tudo são problemas na azul-e-branco de Madureira e Oswaldo Cruz. O samba, de Marquinhos de Oswaldo Cruz, Mauro Diniz, Júnior Scafura, Naldo e Ary do Cavaco, é um dos pontos altos da agremiação. Além disso, Gilsinho continua firme e tranqüilo e está muito bem à frente do canto da Portela. Gilsinho, Pixulé e mais os outros integrantes do carro de som estão dando um show de interpretação e carisma. Isso tudo sem falar na garra do portelenses. Não parece que a escola foi a décima-terceira colocada no carnaval de 2005. Os portelenses entraram na avenida como se tivessem sido os campeões da última festa momesca. A garra, a altivez, o empenho são marcas registradas do torcedor da Portela. Isso leva a crer que a escola poderá fazer uma bela apresentação na segunda-feira, fechando os desfiles das agremiações do Grupo Especial. Outro ponto que merece ser destacado foi a cronometragem do desfile feita por integrantes da escola. Em vários pontos, havia um integrante da azul-e-branco fazendo a cronometragem do desfile.

  Torcedores de outras co-irmãs prestigiaram o desfile da Portela e muitos ficaram impressionados com o desempenho dos portelenses na avenida. Alguns chegaram a afirmar que o portelense é um torcedor diferenciado. Apesar da ausência de bons resultados, o torcedor portelense está sempre pronto a cantar, exaltar e levantar o nome de sua escola. É uma verdadeira paixão que não pode ser explicada, mas sim sentida. Na verdade, ser portelense é um estado de espírito.

 

 

Equipe Portel@aweb – Fevereiro/ 2006

Texto: Jorge Luis Madeiro
Revisão ortográfica: Fabrício Soares
Fotos: Diego Mendes