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Acorda Oswaldo Cruz Atualmente, o grande respons�vel pelo Pagode do Trem, que acontece no dia 2 de dezembro, em comemora��o ao Dia Nacional do Samba, � Marcos Sampaio de Alc�ntara ou, como � mais conhecido, Marquinhos de Oswaldo Cruz.
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Ao contr�rio do que se possa pensar, a id�ia do Trem do Samba (da forma como � realizado hoje) n�o tem origem direta na iniciativa de Paulo da Portela do in�cio do s�culo XX, uma vez que Marquinhos s� foi saber dela posteriormente, o que, segundo ele, foi mais um incentivo para dar prosseguimento ao projeto. Preocupava-o muito o fato de o bairro estar perdendo a sua mem�ria cultural, a sua identidade.
J� na d�cada de 80 n�o se falava mais no bairro. A sensa��o era de que se tirassem a placa da esta��o, o bairro n�o existiria mais, tamanho era o ostracismo. Isso era inadmiss�vel, principalmente para ele que cresceu ali, que era muito amigo de seu Manac�a, seu Argemiro e de seu Armando, que viu Candeia algumas vezes e que conversava e ouvia hist�rias de Monarco. E eram hist�rias de rir e de chorar, assuntos das pessoas, sambas da Portela, coisas do lugar.
Dessa inquieta��o e constata��o vem a necessidade de revitalizar o bairro. Surge, ent�o, em 1991, o movimento Acorda Oswaldo Cruz, realizado por ele e Juarez Barroso, ajudados pela Associa��o de Moradores de Oswaldo Cruz - cujo presidente na �poca era Gil - e outras entidades locais convidadas. Eles arranjaram um carro de som com o qual foi poss�vel sair pelas ruas do bairro gritando a frase �Acorda Oswaldo Cruz�, que tamb�m virou panfleto. Al�m disso, foram convidadas pessoas que n�o eram sambistas propriamente.
O Acorda Oswaldo Cruz n�o era um movimento de sambistas propriamente e, por isso, participaram dele moradores do bairro e pessoas que abra�aram a id�ia, at� porque o objetivo do movimento era chamar a aten��o da cidade para o bairro, era chamar a aten��o do pr�prio bairro.
Naturalmente, resgatar a auto-estima de Oswaldo Cruz passava por valorizar a Portela. Assim, dentro desse movimento, conseguiu-se que a C�mara Municipal entregasse 26 medalhas Pedro Ernesto para a Velha Guarda no dia 6 de setembro de 1991, referendando a import�ncia do grupo para a cultura da cidade.
Pensava-se muito tamb�m em fazer um pagode no trem, j� que ainda era um meio de transporte bastante utilizado e em agosto e setembro do mesmo ano foram feitas quatro edi��es semanais do Pagode do Trem, nas quais tocaram e cantaram grupos de samba convidados e Marquinhos de Oswaldo Cruz (a partir da 3� edi��o).
Os grandes homenageados dessas quatro edi��es foram os grandes compositores portelenses Manac�a e Argemiro e a homenagem a eles foi, al�m de tudo, um ato de gratid�o pelo apoio que ambos deram a Marquinhos nessa empreitada. Certo dia, os tr�s fizeram com que um trem parasse na esta��o de Oswaldo Cruz e Manac�a foi fotografado ao lado da porta do maquinista. Pouco mais tarde essa foto ilustraria uma mat�ria de um importante jornal, o que ajudou a divulgar o evento que engatinhava.
Ap�s essas quatro semanas, o pagode passou a ser realizado mensalmente at� maio de 1992, ano em que se realizou a Semana Paulo da Portela, uma homenagem, com a participa��o de grandes sambistas como Roberto Ribeiro e Mauro Diniz, ao nosso maior fundador.
O movimento Acorda Oswaldo Cruz termina definitivamente nesse mesmo ano tendo sido um embri�o do Pagode do Trem, conforme � hoje, e tendo contribu�do para que Paulo da Portela e Oswaldo Cruz n�o ca�ssem no esquecimento. Foram reverenciados o bairro e seus habitantes, a Portela e os portelenses.
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Pesquisa e cria��o de texto: Vanderson Lopes
Revis�o ortogr�fica: Fabr�cio Soares