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Portela 2000: Trabalhadores do Brasil - A Época de Getúlio Vargas

 

 

 

 

 

 

 

 

Para o ano 2000, a Liga Independente das Escolas de Samba determinou, após acordo com a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, que o carnaval participaria das comemorações pelos 500 anos do descobrimento do Brasil. Inspirado no sucesso do carnaval de 1965, ano em que todas as agremiações fizeram referência ao 4º Centenário de fundação do Rio de Janeiro, o carnaval de 2000 seria temático, com todas as escolas abordando alguma parte da história de nosso país.

 

A Portela decidiu abordar a época em que Getúlio Vargas esteve à frente dos destinos de nossa nação. A chamada "Era Vargas", que teve início com a subida de Vargas ao poder, em 1930, e terminou com o seu suicídio, no Palácio do Catete, em agosto de 1954. Antes de ser um enredo político, o carnavalesco José Félix procurou mostrar um panorama geral da sociedade brasileira do período, tendo como referência as transformações que o homem que mais tempo governou o Brasil republicano promoveu. Se o enredo abordava as inúmeras conquistas que os trabalhadores conseguiram no período, também enfocou o autoritarismo da ditadura e o fantasma da tortura, não julgando positiva nem negativamente as ações de Vargas. Independentemente de qualquer juízo de valor, a "Era Vargas" ficou marcada na memória daqueles que viveram aqueles anos, doces lembranças como a era do Rádio, a Galeria Cruzeiro, a saudosa Carmem Miranda e até o surgimento das primeiras escolas de samba.

 

Getúlio foi o pai dos pobres. Responsável pela implantação da CLT, deixou o poder que exercia de modo autoritário, mas anos depois voltaria nos braços do povo, para cumprir mais um mandato, destacando-se pelas medidas nacionalistas.

 

Em vez de apenas uma Águia, a Portela abria seu desfile trazendo cinco Águias. Eram as Águias do Palácio do Catete, o Palácio das Águias, que vinha após Paulinho da Viola e a comissão de frente, que também representava a ave símbolo da liberdade e da Portela. A escola foi a última a se apresentar no domingo de carnaval, mas o público se manteve fiel e mais uma vez recebeu calorosamente a agremiação.

 

O início do desfile mostrava as condições políticas e sociais do Brasil antes de Vargas tomar o poder. Era a epóca da chamada polítca do café-com-leite, alternância de poder entre os políticos paulistas e mineiros, que o gaúcho Vargas precisou vencer para assumir a presidência. O segundo carro da escola mostrava de maneira bastante inteligente essa realidade política do Brasil, tendo à frente um Vargas jovem, montado a cavalo.

 

A saga dos pracinhas brasileiros nos campos de batalha da Itália estava representada na fantasia da bateria, que tinha à frente o casal de mestre-sala e porta-bandeira Marcelinho e Daiane. O verde e o amarelo dividiam espaço com o tradicional azul-e-branco da Portela. A atriz Taís Araújo, representando Carmem Miranda, fazia os trejeitos típicos da Pequena Notável durante a apresentação.

 

Um carro representava os horrores da tortura, mostrando que, como dizia a letra do samba, Getúlio foi "amado", mas também foi "odiado". Os compositores foram os irmãos Ailton e Amilton Damião, Edynel e Zezé do Pandeiro, todos da cidade mineira de Juiz de Fora. O intérprete oficial era Gera, que após uma vitoriosa carreira na Unidos de Vila Isabel estreava na azul-e-branco de Oswaldo Cruz e Madureira.

 

Lembrando a época de ouro da vida social brasileira, um carro representava o cassino. No alto, como destaque, a vedete Virgínia Lane, que teve um caso amoroso com o presidente Getúlio Vargas.

 

Nas escadarias, elegantemente trajada, a velha guarda marcava presença. João Nogueira, o portelense João Nogueira, estava ao lado da velha guarda. Era seu último desfile por sua escola de coração.

 

No fim, uma gigantesca escultura de Getúlio segurava sua carta-testamento. Terminava a Era Vargas e o desfile da Portela. Getúlio saía da vida para entrar na história, e a Portela deixava a avenida para aguardar a apuração.

 

Na quarta-feira, o resultado não foi o esperado pelos portelenses. A escola ficou com a 10ª colocação.

 

Ficha técnica:

 

Resultado: 10ª Colocada do Grupo Especial, com 276 pontos

Data, Local e Ordem de Desfile: 7ª Escola de 05/03/00, Domingo, Av. Marquês de Sapucaí (Passarela do Samba)

Carnavalesco: José Félix

Presidente: Carlos Teixeira Martins

Diretor de Carnaval: Paulo Miranda

Diretor de Harmonia: Arlete Cordeiro

1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marcelinho e Daiane

2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:

Bateria: Mestre Mug da Portela

Contigente:

 

Samba enredo:

autores: Zezé do Pandeiro, Amilton Damião, Ailton Damião, Edynel e Edinho Leal

 

O raiar de um novo dia

Desafia meu pensar

Voltando à época de ouro

Vejo a luz de um tesouro

A Portela despontar (lálalaiá)

 

Aclamado pelo povo, o Estado Novo

Getúlio Vargas anunciou

A despeito da censura

Não existe mal sem cura

Viva o trabalhador ôôô

 

Nossa indústria cresceu (e lá vou eu...)

Jorrou petróleo a valer...

No carnaval de Orfeu

Cassinos e MPB

 

O Rei da Noite, o teatro, a fantasia

No rádio as rainhas, a baiana de além-mar

Tantas vedetes, cadilacs, brilhantina

Em outro palco o movimento popular

E no Palácio das Águias

Ecoou um grito a mais

Vai à luta meu Brasil

Pela soberana paz

Quem foi amado e odiado na memória

Saiu da vida para entrar na história

 

Meu Brasil-menino

Foi pintado em aquarela

Fez do meu destino

O destino da Portela

 



 

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