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Portela 2002: Amazonas, Este Desconhecido - Delírios e Verdades do Eldorado Verde

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi com o coração em festa que os portelenses pisaram a Marquês de Sapucaí nesse ano. O tema escolhido, por sua semelhança, trazia de volta recordações do carnaval campeão de 1970. Naquele ano a escola sagrara-se campeã cantando as lendas e os mistérios da Amazônia. Agora o foco do enredo era o próprio Estado do Amazonas, com sua história, suas riquezas naturais, sua cultura e os avanços tecnológicos da Zona Franca de Manaus.

Por obra do destino, coube à Portela o último horário da segunda-feira, fechando o segundo dia de desfile sob a luz mágica do alvorecer e repetindo assim a mesma posição do desfile de 1970, mais uma coincidência que deixava os portelenses na expectativa de realizar um grande carnaval.

 

Nesse ano a disputa de samba-enredo teve um gosto especial para dois tradicionais compositores da escola. De um lado, Noca da Portela tentava sua sexta vitória e a chance de se igualar a David Correia, compositor que já possuía seis triunfos. Este, por sua vez, buscava sua sétima vitória. Na final, o samba de David Correia saiu vencedor, o que o fez deixar a quadra como o único compositor da escola a ter o samba levado sete vezes para a avenida, superando assim Candeia e Waldir 59, ícones da azul-e-branco. Para David Correia era uma conquista importante, pois depois de 20 anos voltava a vencer uma disputa na sua escola do coração. A vitória do samba já era pressentida pelos portelenses, pois ele havia caído no gosto de todos, fazendo com que sua escolha fosse quase uma unanimidade. A cada ensaio, o samba era cantado com mais garra, criando um clima de união. Na avenida, foi puxado mais uma vez por Gera, que contou com o auxílio do próprio David Correia.

 

No período pré-carnavalesco, a notícia de maior impacto foi o anúncio de que a modelo inglesa Naomi Campbell seria um dos destaques da Portela. Sua visita à quadra da escola - acompanhada do apresentador da Rede Globo Luciano Huck - onde ensaiou alguns passos de samba com as passistas, repercutiu em todos os meios de comunicação do país. No entanto, por motivos pessoais a modelo acabou não desfilando.

 

A escola montou também uma parceria com o Cordão do Bola Preta, passando a ensaiar na sede deste. No dia 26 de janeiro de 2002, num clima de magia e emoção, a Portela e o Cordão do Bola Preta pararam o Centro da cidade numa emocionante apresentação, com direito a um carro alegórico preparado exclusivamente para o evento.

 

Pouco antes do carnaval a escola perderia o compositor Walter Rosa. Aos 76 anos, sofria de diabetes. Walter compôs grandes sambas para a Portela, destacando- se "Rio, Capital Eterna do Samba", que levou a Portela ao tetracampeonato em 1960.

 

Era o segundo ano do carnavalesco Alexandre Louzada na Portela. No desenvolvimento do enredo, ele procurou mostrar a história real do estado através de sete alegorias. O desfile começou com a chegada dos europeus ao Amazonas, representada pela comissão de frente coreografada por Gabriel Cortez, que ganhara o Estandarte de Ouro no ano anterior. Eram os invasores espanhóis, que vieram em busca do Eldorado. Depois da comissão de frente, vinha o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, bem aos pés da águia. De forma majestosa, a águia surgiu na avenida, caracterizada com as cores do gavião real, ave da região, e causaram grande impacto os movimentos criados pelos artistas de Parintins. Esta foi considerada por grande parte dos portelenses a águia mais bonita de todas as já apresentadas. Carlos Reis, primeiro destaque de luxo da escola, ladeado por duas serpentes que chegavam junto das arquibancadas, brilhava no segundo carro, "Manôa - a visão do Eldorado".

 

No carro destinado a Ajuricaba - herói das tribos manaós - o destaque ficou por conta do jogador de vôlei Giovane. Os portugueses foram lembrados na alegoria "Forte de São José do Rio Negro". A seiva da mata foi caracterizada por árvores que tinham o corpo de mulher no quinto carro. E na alegoria que lembrava o Teatro Amazonas - a ópera da selva, estavam os  componentes da nossa Velha Guarda Show. A Zona Franca de Manaus foi lembrada num carro cheio de movimentos e decorado com milhares de CDs misturados a animais da fauna amazônica. Vida e tecnologia desfilavam juntas: a escola deixava também uma mensagem ecológica, mostrando a floresta tropical e a necessidade de preservação do local.

 

No fim, a águia se confraternizava com os Bumbás de Parintins. Lado a lado, o boi azul e o boi vermelho encerravam o desfile na última alegoria da escola. Fato importante nesse ano é que a Portela passou a contar no barracão com o trabalho dos artesãos dos bumbás de Parintins, que deram aos carros da escola muito movimento.

 

A Portela trouxe para a avenida algumas novidades. A maior delas: a comissão de frente interagiu com a águia, o grande símbolo portelense, no abre-alas. A águia também inovou: seu grito foi gravado por uma mulher. A jovem Benoliel, de 17 anos, que foi erguida nas patas da águia, foi um dos destaques da festa do boi de Parintins no ano passado, representando a cunhã-poranga, uma espécie de rainha do boi-bumbá.

 

A escola veio com 3.500 componentes e contou com uma ajuda financeira de empresas e do Governo do Amazonas para desenvolver o enredo em homenagem ao estado, o que ajudou muito na elaboração das alegorias e fantasias, especialmente as das alas da comunidade, uma idéia que o carnavalesco conseguiu colocar em prática nesse ano. Nove delas foram levadas para a avenida, com cerca de 1.500 pessoas da região de Osvaldo Cruz e Madureira que receberam fantasias para desfilar. Eram portelenses anônimos que depois de muitos anos voltavam a desfilar na Portela. Louzada optou também por figurinos mais leves, o que contribuiu para a boa evolução da escola.

 

Um novo casal de mestre-sala e porta-bandeira defendeu na Sapucaí o nosso pavilhão. Fabrício Pires, que era o segundo mestre-sala da Imperatriz, foi o escolhido para formar par com Cristiane Caldas, ex-primeira porta-bandeira da Paraíso do Tuiuti. Além da estréia do primeiro casal, também houve mudança na segunda dupla, formada por Raphael e Vanessa, que desfilavam pela primeira vez na escola.

 

A cantora Fafá de Belém desfilou logo depois do carro abre-alas, com uma roupa em homenagem a Clara Nunes. Na frente da bateria, a madrinha Adriane Galisteu evoluía em uma fantasia vermelha. Entre as alas lá estava Paulinho da Viola, desfilando de mãos dadas com Dodô, nossa primeira porta-bandeira em 1935, e Aldaléia, presidente do departamento feminino da escola.

 

A Portela desfilou de forma impecável, deixando a avenida já com sol alto e os componentes cantando fortemente o samba. A beleza do desfile levou a escola a ficar em primeiro lugar em uma votação popular organizada pela Rede Globo com os telespectadores. Entre os órgãos de comunicação e especialistas, a presença da escola no desfile das campeãs era dada como certa. Quando foram abertos os envelopes na quarta-feira de cinzas, veio a surpresa: duas notas em harmonia, 8.0 e 8.1, dadas pelos jurados José Carlos Costa e Helenice Brito, tiraram o direito de a escola voltar no desfile das campeãs e a colocaram em oitavo lugar, deixando os portelenses revoltados.

 

A revolta da escola com as notas foi tornada pública com um ato em Madureira, do qual o Império Serrano também participou, em que foi feito o enterro simbólico dos dois julgadores.

 

Ficha técnica:

 

Resultado: 8ª Colocada do Grupo Especial, com 388,9 pontos

Data, Local e Ordem de Desfile: 7ª Escola de 11/02/02, Segunda-Feira, Av. Marquês de Sapucaí

Carnavalesco: Alexandre Louzada

Presidente: Carlos Teixeira Martins

Diretor de Carnaval: Paulo Miranda

Diretor de Harmonia: Mario Moraes

1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Cristiane Caldas e Fabricio Pires

2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Vanessa e Raphael

Bateria: Mestre Mug da Portela

Contigente: 3.500 componentes

 

Samba enredo:

autor: David Corrêa, Grilo e Naldo 

 

Meu coração está em festa

Enlouqueceu

No seu rio-mar

Meu rio azul vai desaguar

Sob o verde desse olhar

O Ajuricaba seu canto ecoou

A cunhatã se banhou no lago

Na índia flor se transformou

Amazonas seiva na mata a jorrar

Alumia candeeiro São José do Rio Negro

Vai Caboclo seringar

Teatro, sinfonia

Zona Franca e o industrial

Portela faz a festa nesse enredo

Universo tropical

 

Gira mundo a respirar

Dentro do meu coração

Nesse eldorado Verde

Na palma da minha mão

 

Poema Odisséia

Emergiu e conquistou o país

Vai meu barco deslizando

Vou pintando esse matiz

É o presente consciente no porvir

Que a vida se preserve

Assim serei feliz

Como a natureza quis

 

É Boi Bumbá

É boi maneiro

Garantido e Caprichoso

No meu Rio de Janeiro

 

 



 

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