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Portela 1983: Ressurreição das Coroas - Reisado, Reino, Reinado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Manhã do dia 13 de fevereiro de 1983, domingo de carnaval. Longos raios de sol recepcionam a Águia da Portela. Uma águia guerreira, branca, ostentando sobre sua cabeça uma sublime coroa. Nas arquibancadas de madeira que, apesar do ceticismo de muitos, despediam-se do carnaval, o povo canta junto com a Portela. A entrada é triunfal. Elegantemente vestidos, os grandes nomes portelenses estavam na comissão de frente. Um imponente letreiro trazia o nome da escola: "P O R T E L A". A soberana Águia da Portela pisava forte na avenida.

 

Os carnavalescos Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo pensaram em todos os detalhes para que aquele momento fosse perfeito. O enredo chamava-se "Ressurreição das Coroas" e o subtítulo, "Reisado, Reino, Reinado". Uma equipe de 52 pessoas se dedicou no barracão e até "walkie-talkies" foram usados para garantir a perfeição nos mínimos detalhes, detalhes que haviam feito escapar o título do ano anterior.

 

O esquenta tinha sido com "Águia Coroada" e "Portela na Avenida", sucesso de Clara Nunes. E por falar em Clara, lá estava ela. Não sabia que estava se despedindo. Dias depois, se internaria para a fatídica cirurgia. Agora, entretanto, é apenas mais uma entre os 3.500 portelenses que começam a pisar o asfalto da Rua Marquês de Sapucaí.

 

Oitava escola a desfilar. Não houve cansaço, nem do público e nem dos componentes, que tirasse o brilho daquele momento. O azul e o branco da Portela entravam na avenida. Trinta e cinco alas foram preparadas para mostrar a história dos soberanos brasileiros.

 

As coroas são sempre sinônimos de poder, sendo elas "de pluma, de ouro, de prata ou de lata", como dizia o belo samba de Hilton Veneno e Mazinho da Piedade que, após quebrar a seqüência de quatro vitórias consecutivas de David Correa, empolgava e fazia balançar as improvisadas arquibancadas da avenida.

 

A imagem de um rei geralmente está associada ao luxo dos salões europeus, à tradição das monarquias ocidentais. No Brasil, associamos geralmente ao período imperial, à nobreza da família Real, que conhecemos e aprendemos a admirar nas primeiras lições de História.

 

O enredo da Portela mostrava que essa questão é muito mais abrangente. Os índios possuíam seus líderes, que também eram coroados, de acordo com os ensinamentos de sua cultura. Os negros, Chico Rei, constituindo-se num dos setores mais bonitos que a escola preparara. Como foi dito antes, não importa o material, muito menos a forma, a coroa é um símbolo, símbolo de poder e soberania. Por isso a Portela, rainha da passarela, trazia sua Águia devidamente coroada.

 

Além da empolgação, o desfile da Portela mostrava extrema organização e alegria, requisitos fundamentais para uma boa colocação. A jovem Andréia Machado, filha do compositor imperiano Aloísio Machado, estreava como porta-bandeira da Portela.

 

As fantasias, de extremo bom gosto, talvez pecassem pelo excesso de peso. Contudo, isso não foi problema, graças à vontade dos portelenses, embalados pelo samba, que manteve a animação do início ao fim do desfile.

 

Lá no fim, a Portela deixava a avenida aclamada. Ganha com folga o troféu "Estandarte do Povo", promovido pelo Jornal do Brasil e escolhido através do voto popular.

 

Na sempre tensa apuração, a disputa foi acirrada. Portela e Beija-Flor disputavam cada nota máxima. No fim, o resultado acabou, para tristeza dos portelenses, que esperavam o campeonato, favorecendo a escola de Nilópolis, que conquistou o título de campeã do carnaval carioca por três pontos de diferença: 204 a 201.

 

Ficha técnica:

 

Resultado: 2ª Colocada do Grupo 1A, com 201 pontos

Data, Local e Ordem de Desfile: 8ª Escola de 13/02/83, Domingo, Av. Marquês de Sapucaí

Carnavalesco(s): Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo

Presidente: Carlos Teixeira Martins

1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Andréia Machado e ????

2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: 

Bateria: Mestre Marçal

Contigente: 3.500 Componentes em 35 alas

 

Samba enredo:

autores: Hilton Veneno e Mazinho da Piedade

 

Vou me embalar na poesia

Do amor e sedução

Extravasando de alegria

O meu coração

Tecendo nas malhas do tempo

De toda coroação

 

Do índio à nobreza

A beleza da ressurreição

 

Reisado reino reinado

Ganga-Obá Chico-Rei foi coroado

 

A teia que a realeza teceu

A terra amada acolheu

Um sol se fez raiar

Velas brancas

Deslizando nas ondas

De um eterno azul do mar

A independência flutuou

Assim a liberdade ecoou

Ôôô ôôô

Um canto forte se alastrou

Trazendo a miscigenação de amor

De pluma, de ouro, de prata ou de lata

As coroas têm as suas tradições

 

O rei mandou sambar

O rei mandou vadiar

No carnaval das ilusões

 

 



 

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