Dando continuidade ao Especial sobre Candeia, a equipe Portel@web mais uma parte do suplemento do Jornal Correio Braziliense. Desta vez, um depoimento do compositor Elton Medeiros

 

   Elton Medeiros: �Est�o vendendo sua cultura�
Candeia, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito    

 

            Homem de Escola de Samba, compositor e parceiro de Paulinho da Viola, �lton Medeiros � tamb�m profundo conhecedor e estudioso da cultura popular.  Neste depoimento, ele faz uma compara��o entre o que aconteceu com as gafieiras e o que acontece com as Escolas de Samba: a invas�o do elemento estranho que quer impor seus h�bitos e as conseq��ncias disso.

 

Jo�o Bosco � Elton, como voc� v� a situa��o das escolas de hoje, e principalmente a partir das modifica��es feitas por Fernando Pamplona?

 

Elton Medeiros � Olha, j� em 1948, o Imp�rio Serrano introduz modifica��es na escola de samba.  A Aprendizes de Lucas tamb�m nesta �poca introduziu modifica��es na bateria, a frigideira.  Ent�o, voc� identificava o som da escola pela bateria, pela frigideira e pelo prato, isso em 1948, quer dizer, antes da apari��o de Fernando Pamplona.  O Pamplona come�a a fazer carnaval no Salgueiro mais ou menos em 1959/60.  O Salgueiro introduziu modifica��es, mas visando � participa��o de elementos da comunidade da escola em que ele saiu, ou a escola para a qual ele trabalhou, que foi a Acad�micos do Salgueiro.  Ent�o, ele teve a preocupa��o de fazer um carnaval barato.  Se n�o me engano, o primeiro carnaval do Salgueiro com Pamplona foi uma homenagem aos Fuzileiros Navais.  Se n�o foi o primeiro, foi um dos primeiros.  Depois, ele veio com temas de escravid�o.  Esses temas como voc� pode notar, d�o oportunidade aos carnavalescos de fazerem, criar um carnaval barato.  As fantasias s�o tangas, fantasias de escravos, e o que ornamentam essas fantasias s�o os adere�os, que s�o feitos pelos cen�grafos, hoje em dia chamados carnavalescos.  Ent�o voc� tem de notar influ�ncias que a escola de samba sofre em raz�o de modifica��es da vida da cidade, entende?  Modifica��es de car�ter social, e que refletiram no comportamento do sambista.  Eu falei, note bem, sobre modifica��es feitas no Imp�rio Serrano e, essas modifica��es foram feitas a partir, talvez, de uma necessidade sentida pelos elementos naturais de escola de samba.  Foram modifica��es feitas por esses elementos.  As que o Pamplona fez j� n�o foram feitas por elemento natural de uma escola de samba.  J� as do Imp�rio Serrano, em 1948, foram feitas pelos elementos naturais da escola de samba, daquela comunidade.  A Aprendizes de Lucas tamb�m.  Outras escolas de samba devem ter feito tamb�m modifica��es, mas essas foram as mais marcantes.  Dessas eu posso falar porque eu acompanhava os desfiles dessas escolas de samba.

 

Jo�o Bosco � Fernando Pamplona era um elemento de fora da escola.  Quero que voc� veja as duas posi��es: a do desenhista Lan com rela��o a Portela e do Pamplona em rela��o ao Salgueiro.  O Lan � portelense desde 1949, mais ou menos, e nunca fez um tra�o para a Portela; e dizia: �N�o fa�o figurinos para a Portela porque estaria interferindo num processo que n�o me diz respeito�.  Diante disso, como voc� v� a atua��o de Pamplona?

 

Elton � O que eu quero dizer a voc� � que a Escola de Samba, por ser comunit�ria, ele deve ser artesanal.  Ela n�o deve ser uma escola de samba que sirva de est�gio de acad�micos, nem mesmo ve�culo de promo��o pessoal.  Ent�o, o artista de TV se utiliza da escola de samba para ser apontado na rua.  Dona Beki Klabin, por exemplo, h� alguns anos, disse que desfilava porque gostava de ser apontada na rua.  Ora, pombas, escola de samba foi criada para proporcionar um divertimento barato, coisa de pessoas marginalizadas na sociedade.  Essas pessoas criaram um divertimento barato.  A escola de samba sempre foi de pessoas que n�o tinham dinheiro para ir ao Baile do Municipal, de pessoas que n�o tinham dinheiro para ir ao Monte L�bano, outro qualquer baile de gala.

 

JB � O que era uma escola de samba no in�cio?

 

EM � Ela vem dos concubins, que eram aqueles grupos de pessoas, concubins..., cord�es de velhos, ranchos...  Os ranchos � o tal neg�cio.  O rancho vem dos concubins, entendeu, os ranchos passaram por um processo de transforma��o que as escolas est�o passando atualmente, os ranchos atra�ram pessoas da classe m�dia, e voc� pode ver que o Ameno Resed� era um bloco de sociedade, foi um rancho de elite, e depois do aparecimento do Ameno Resed� trouxe realmente uma satisfa��o visual para muita gente e, ao mesmo tempo, decretou a decad�ncia de todos os outros, porque o que ocorre com as escolas de samba hoje em dia � o que ocorreu com as gafieiras em rela��o � classe m�dia.  Ela invadiu as gafieiras e, acho que j� disse isso, umas cinq�enta vezes.  Foram l�.  Foram assistir aquele modo caracter�stico, todo especial, de se dan�ar em gafieira, de elemento de gafieira.  Bem, mas chegando l� os elementos de classe m�dia ao inv�s de se submeterem ao regime de gafieira sem interferir no comportamento do dan�arino de gafieira, do freq�entador da gafieira, eles come�aram a fazer amizade com os donos das gafieiras.  Ora, o dono de gafieira � um comerciante como outro qualquer.  E incutiram na cabe�a deles que se botassem u�sque em vez de batidas de lim�o, de p�ssego, etc, leite de on�a, se eles substitu�ssem o sandu�che de salame por outros salgadinhos mais sofisticados, eles ganhariam mais dinheiro porque esses freq�entadores de classe m�dia trariam outros elementos de classe m�dia para fazer despesa.  Muitos deles, � verdade, pediram empr�stimos e realmente ganharam muito dinheiro.  Eles investiram no neg�cio.  E a classe m�dia estava presente recusando o sandu�che de salame e as batatinhas.  E a� o que ocorreu?  Esta gente, n�o satisfeita em impor as sua bebidas e as suas comidas dentro daquele ambiente, os seus costumes, passaram a impor tamb�m a sua maneira de dan�ar.  Ou se n�o quiseram impor, pelo menos come�aram a dan�ar da maneira que sabiam dan�ar ou tentaram imitar os dan�arinos de gafieira sem saber.  Eles pisavam os p�s dos dan�arinos de gafieira.  Os dan�arinos de gafieira faziam aquelas filigranas, aquele bailado, sem prejudicar a dan�a dos companheiros.  Eles n�o chegaram pisando os p�s dos outros e os elementos naturais das gafieiras foram se afastando e chegou um momento em que a classe m�dia se viu sozinha nas gafieiras.  Ent�o, aqueles que eram atra��o nas gafieiras, desapareceram, criaram novos h�bitos da classe m�dia. Ent�o, est� havendo uma invers�o de comportamento.  Bom, quando a classe m�dia se viu sozinha nas gafieiras, sem o elemento de atra��o para ela, ela se afastou tamb�m.  Ent�o, as gafieiras foram fechando.  Ent�o, eu sou contr�rio � tese do Albino Pinheiro, quando ele diz que as gafieiras fecharam por causa do metr�.  N�o � verdade, muito antes do metr� elas j� tinha desaparecido.  Agora, ele como elemento da classe m�dia... �, meu amigo, n�o � nada pessoal, � uma quest�o de ponto de vista, que � antag�nico ao dele.  N�o � verdade, antes do metr� as gafieiras j� tinham desaparecido.  O Elite ainda est� a� suportando o Rio de Janeiro.  Mas, a Estudantina que pegava as sobras do Zicartola, j� fechou h� muito tempo.  O Mau� j� fechou h� muitos e muitos anos.  A Pavuna Grande tamb�m, e outras mais a�... Aquela gafieira da Rua de Santana, chamada Cheira Vinagre, o Drag�o, tudo isso foi fechado por causa da invas�o do elemento de classe m�dia que marginalizou dentro do seu pr�prio reduto, o elemento de gafieira.  Bom, a classe m�dia tomou um divertimento barato.  Acabou com o divertimento deles.  Mas, ainda tinha a escola de samba como op��o.  E a classe m�dia foi para as escolas de samba e a mesma coisa est� ocorrendo com as escolas de samba.  Esse processo inflacion�rio � o resultado.  Com fantasia de custo superior a dez mil cruzeiros, coisa que o sambista sal�rio-m�nimo n�o suporta.  N�o pode suportar financeiramente.  Como ele n�o podia tomar u�sque na gafieira, como ele n�o pode comer salgadinhos mais caros, acostumado que estava com o sandu�che de p�o franc�s com salame.  Com batidas.  A mesma coisa est� ocorrendo com as escolas de samba.  Algumas t�m u�sque para vender, mas mesmo a bebida normal do sambista est� custando um pre�o absurdo.  Uma garrafa de Leite de On�a custa t�o caro que voc� tem a impress�o que ali dentro tem ouro.  Uma garrafa de cerveja a Cr$ 30,00.  Ent�o, as escolas de samba hoje, apesar de serem consideradas, at� por decreto, como de utilidade p�blica, n�o � de utilidade p�blica coisa nenhuma.  Elas s�o pequenas empresas.

Onde � que est� a utilidade p�blica?  S�o empresas, n�o s�o mais de utilidades p�blicas.  Voc� paga no primeiro passo que voc� d� dentro do terreiro, verdadeiras casas de com�rcio.  Ent�o, as escolas de samba est�o sujeitas a influ�ncias, isso, todos n�s estamos sujeitos a influ�ncias.

 

JB � Bom, isso tamb�m foi dito pelo Paulinho e pelo Candeia, que ningu�m tem ilus�o de que as escolas voltem a ser o que eram h� muitos anos.  Eles acham que apesar dos compromissos com turismo, comprometimento de ordem financeira e tudo mais, a estrutura interna das escolas n�o deve sofrer altera��o.  Acontece que as escolas est�o se transformando tamb�m internamente, na sua ess�ncia, l� dentro.

 

EM � � claro.  Eu vou chegar onde voc� quer.  O que ocorreu foi o seguinte.

 

JB � Pera�, s� pra acabar meu racioc�nio.  Eu quero dizer que, por exemplo, a Riotur interfere bastante em todo esse processo, a partir do momento em que ela mant�m contratos de presta��o de servi�os com os sambistas, mas ela n�o vai l� dentro do terreiro da escola, determinando qual samba-enredo que vai representar a agremia��o, ou determinar se fulano ou beltrano far�o ou n�o parte da Ala de compositores da escola, certo?  Ela n�o diz, por exemplo, que o samba vencedor deve ser o do Jair Amorim e do Evaldo Gouveia, entende?

 

EM � Certo, mas eu quero dizer pra voc� porque existe esse processo de permissividade dentro das escolas.  Isso ocorre por causa da infla��o existente hoje nas escolas.  Ent�o, um grande passista, um grande mestre-sala, um grande diretor de harmonia, descobriram que para comprarem uma fantasia cara, basta que eles trabalhem como gar�ons ou roleteiros nas escolas.  Ent�o, ele se evadiu do terreiro da escola de samba para a roleta, ele se transferiu do terreiro das escolas para servir nas mesas.  Deixou de ser sambista para ser roleteiro, para ser gar�om, pra ser cozinheiro, porque ele sabe que dentro da escola de samba ele recebe dinheiro sem se aborrecer a troco de nada, vamos dizer assim como uma troca.

            Uma compensa��o financeira.  � isso exatamente, uma compensa��o financeira.  Ent�o, ele prefere trabalhar de gar�om.  Quem perde com isso?  Um grande mestre-sala deixa de dan�ar para servir cerveja.  Perde-se um grande mestre-sala e ganha-se um mau gar�om, perde-se um grande tamborinista e ganha-se um p�ssimo roleteiro que, �s vezes, trata mal o usu�rio, porque ele est� revoltado.  Nos seu subconsciente ele sabe que ali n�o � o seu lugar.  Ele pode desconhecer as causas, ter consci�ncia do porque de ele estar ali, mas ele, no fundo sabe que ali n�o � o seu lugar, ele fica revoltado.  Ent�o, � por isso que digo que escola de samba hoje, a situa��o dela � muito profunda.  Escola de samba hoje deve ser e pode ser objeto de estudo sociol�gico, pol�tico, econ�mico, etc. Psicol�gico tamb�m, porque o comportamento de um �roleteiro� desses � digno de ser estudado por um psicol�gico e por um soci�logo tamb�m.  A infla��o, o alto custo da fazenda, da fantasia, ali�s, do instrumental, da bebida, porque antigamente a escola de samba foi criada para oferecer um divertimento barato.  A partir do momento que esse divertimento est� caro, esse elemento quer permanecer.  Porque ele acha que � filho daquilo, ou acha que os av�s dele foram os criadores daquilo e eles acham que o ambiente deles � aquele.  Ent�o, eles querem permanecer ali, mas n�o sabem mais como permanecer ali, sentindo-se bem, ent�o, passam a disputar um lugar de gar�om e de roleteiro.  E aquele que n�o consegue esse lugar, porque a escola n�o pode ter tantos gar�ons e tantos roleteiros, ent�o eles passam a fazer com�rcio com a ala da escola.  Eles vendem uma vaga na ala, vendem uma ala para outro.  O cara tem uma ala que � famosa, por exemplo, a ala das marquesas, vamos dizer assim, essa ala � famosa, ent�o, o l�der da ala, vende um �t�tulo� oficial, quer dizer, sem registro de t�tulo oficial, nada disso.  Vende por dez mil, acho que t� por a� o pre�o.  Ent�o, eles est�o vendendo tudo, inclusive, a cultura deles.  Est�o vendendo a sua pr�pria cultura.  � o que vem ocorrendo nas escolas de samba.  Ent�o, um componente que n�o � iniciado em escola de samba, e nunca se dedicou ao samba, mas que muito marotamente j� percebeu que samba-enredo j� est� sendo objeto de cobi�a do com�rcio musical, o que ele faz?  Ele tamb�m j� chegou � escola de samba.  Os chamados colun�veis, foram os primeiros a chegarem �s escolas de samba.  Porque h� pessoas que n�o v�em seus nomes na coluna social, e para essas pessoas, a realiza��o m�xima � ter os seus nomes nas colunas sociais.  Esse me parece ser o objetivo de muita gente que hoje est�, por exemplo, na Portela, como � o caso do Hiram Ara�jo.  S�o pessoas minhas amigas, o Hiram, Carlos Lemos, Pederneiras, s�o elementos que, sabe... O Hiram � m�dico, o outro � jornalista, o outro dentista, ent�o eles querem se ver citados numa coluna social.  E, como eles n�o t�m o outro meio de chegar � coluna social eles se utilizam das escolas de samba para atingirem os objetivos deles.  Ent�o, o compositor que nunca se dedicou � escola de samba, percebendo que o samba-enredo hoje...

 

JB � Bom, se d� destaque prum m�dico, d� muito mais para um compositor n�?

 

EM � Exato.  D� porque o colunista social quando faz uma cita��o de uma determinada pessoa na coluna social, ele d� a entender ao leitor dele que est� bem por dentro dos outros componentes das escolas de samba.  Ent�o, ele cita nomes de pessoas da comunidade, o lado desses que est�o procurando promo��o pessoal.  Pra dizer � que est� a par da vida da escola.  Ent�o, o compositor de classe m�dia que nunca se dedicou � escola de samba, percebe que � um acordo meio de divulga��o, n�o s� pessoal como profissional.  E, chega trazendo v�cios dos meios de divulga��o do com�rcio musical, a chamada caitituagem paga, que j� est� dentro das escolas de samba.  Ent�o, hoje, o compositor que n�o � de escola de samba mas que j� conseguiu numa ala de compositores, paga, porque ele sabe que para cantar samba-enredo e preciso ter determinadas... Um tipo de interpreta��o � qual ele n�o est� acostumado, exige sacrif�cio de quem canta, porque �s vezes um puxador de samba fica mais de uma hora cantando um samba-enredo, ent�o, ele paga a elementos da escola de samba para fazerem isso.  � a chamada caitituagem paga, um v�cio do com�rcio musical.

 

JB � Depois, o pr�prio sambista tem de pagar aos colegas para poder cantar o seu samba.  Quer dizer, o elemento natural da comunidade v�-se obrigado a entrar no esquema de caitituagem, para que, por exemplo, a bateria toque durante a apresenta��o de seu samba, do contr�rio vai cantar sozinho.  � o come�o da desuni�o, certo?

 

EM � Perfeito.  Ent�o, est� dividindo a escola.  Esses v�cios de caitituagem que est�o sendo trazidos para as escolas de samba est�o provocando a desuni�o dentro da escola de samba.  T� dividindo a escola.  Ent�o, se n�o pagar a bateria e um determinado n�mero de coristas para cantar o samba-enredo, o puxador de samba ter� de cantar sozinho.  Voc� est� percebendo que quem tem maior poder aquisitivo � que est� mandando hoje na escola de samba.  Ent�o, o sambista est� em �ltimo plano.  E o samba tamb�m.  Fica o sambista marginalizado dentro de seu pr�prio ambiente.  Ele hoje � gar�om, varredor da sede, roleteiro, carpinteiro, s� n�o � sambista.  Tudo que ele pode fazer dentro da escola de samba para tirar proveito, ele vai fazer.  Ganhar dinheiro, ele se acha no direito de tirar proveito tamb�m daquilo que ele criou.  Mas, acontece que esse proveito que ele tira � muito menor do que o tirado por aqueles que se promovem atrav�s de colunas sociais, sendo citados como ilustres m�dicos, ilustres jornalistas, ent�o, s�o pessoas que procuram chamar a aten��o da sociedade de um modo geral.  E, n�o h� d�vida que isso tem reflexo na profiss�o deles, s� traz benef�cios, profissionalmente falando.  Agora, o sambista que era um excelente passista e que passou a varrer, esse n�o vai se promover como um grande varredor, porque isso � subemprego e subemprego � o que mais existe hoje em dia, aqui.  Ser promovido como um integrante de uma classe de subemprego, isso n�o leva a nada.  Porque at� a invas�o dessa turma de classe m�dia no meio do samba, o sambista, o cen�grafo, que hoje � chamado de carnavalesco, ele dava vaz�o �s suas tend�ncias art�sticas.   Mas hoje, o elemento natural da escola de samba n�o faz mais o carnaval, porque o carnaval hoje � feito por um grupo de acad�micos liderados por um professor deles, geralmente � assim, ele n�o faz mais samba-enredo, porque esse neg�cio eclodiu agora com a Portela, a tomada do samba-enredo foi oficializada agora com a Portela, ent�o, ele n�o � mais destaque, porque o destaque nunca teve sentido de ostenta��o, que aos poucos esse sentido foi crescendo dentro da escola, e hoje o destaque...