Celeiro de Bambas

14 - Osmar do Cavaco
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26/01/06 19:19
RIO - Equipe Portelaweb
Fábio Pavão


Acervo Portelaweb

Pandeiro, tantã e tamborim estão em seus lugares. A cerveja, quase gelada. Os saborosos quitutes estão acabando de sair do fogão. É mais uma gostosa roda de pagode sendo preparada. E lá vem um senhor sorridente, trazendo consigo um cavaquinho. Pronto, agora já pode começar, não falta mais nada. Osmar do Cavaco já chegou, trazendo, principalmente, sua alegria.

O sambista do Caju
Osmar Procópio da Silva, o Osmar do Cavaco, nasceu no bairro do Caju, em 10 de janeiro de 1931. O talento foi herdado de família. Seu pai, Laudelino Procópio da Silva, o Lalau, era músico e tocava com os principais chorões da cidade. Evidentemente, foi a primeira grande inspiração musical do filho, exemplo naturalmente seguido.

O contato com os grandes mestres
Se não bastasse a herança paterna, o jovem Osmar acompanhava o pai nos encontros musicais com grandes mestres, entre eles Jacob do Bandolim e Pixinguinha. Mesmo contra a vontade de "seu" Laudelino, o destino de Osmar já estava traçado: iria se dedicar à música, espalhando o que aprendera em casa e nos contatos com alguns dos maiores gênios da música popular brasileira.

Conhecendo a Portela
Aos 18 anos mudou-se para Marechal Hermes. Foi para a Portela levado por Casquinha, e a identificação com a escola foi imediata. Criou logo um importante círculo de amizade, laços que seriam mantidos até o fim de sua vida.

Foi o primeiro cavaquinista da Portela, responsável pelo acompanhamento do intérprete durante o desfile, de 1971 até 1987. Entrou na Velha Guarda atendendo a um pedido de Paulinho da Viola. Logo, se tornaria uma das figuras mais carismáticas do grupo.

O reconhecimento do pai
O pai não queria que o filho tocasse, tinha medo que tivesse uma vida boêmia e passasse dificuldade. Foi apenas em 1971, ao ouvir o filho acompanhando o samba "Lapa em três tempos", que levaria a escola ao ao vice-campeonato daquele ano, que o pai reconheceu que o filho era um grande músico e deveria seguir a muitas vezes conturbada carreira artística.

As rodas de pagode
Osmar se apresentou várias vezes com Candeia, fazendo shows nas principais casas de espetáculo do país. A alegria era sua marca registrada. O sorriso, constante em seu rosto. Osmar era freqüentador assíduo de todas as rodas de samba. Uma boa roda de pagode era, antes de tudo, a oportunidade de curtir momentos felizes ao lado dos amigos. A música, além de profissão, era também seu lazer.

Um tradição de família
Da mesma forma que herdou do pai o dom da música, seu filho, Sérgio Procópio da Silva, também recebeu da família o talento musical. Serginho substituiu o pai no conjunto da velha guarda e é o mais jovem integrante do grupo musical que mantém viva a tradição dos antigos portelenses.

As rodas celestiais
Osmar do Cavaco faleceu no dia 05 de fevereiro de 1999. Talvez os grandes mestres do samba, em suas rodas celestiais, estivessem ressentindo de sorrisos sinceros. Talvez o céu estivesse chato, e o pagode sem graça. Talvez os "causos" e histórias já estivessem se esgotando. Pronto, agora já pode começar, não falta mais nada. Osmar do Cavaco já chegou, trazendo, principalmente, sua alegria.

Bibliografia:

VARGENS, João Baptista M. e MONTE, Carlos. A Velha-Guarda da Portela. Rio de Janeiro, Manati, 2001.

Equipe Portelaweb - 2002
Texto revisado por Fabrício Soares

Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral. Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor.



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