Outros Carnavais

Portela 1958 - Vultos e Efemérides do Brasil
Mais notícias Imprimir  Voltar   
30/03/08 07:20
RIO - Equipe Portelaweb
Jorge Madeiro


O Cruzeiro

Fantasia de lonita

Apesar do cansaço que já se abatia sobre seus componentes, a Portela entrou na Avenida Rio Branco já pela manhã para conquistar o título do carnaval de 1958. Com o enredo "Vultos e Efemérides do Brasil", a escola de Oswaldo Cruz e Madureira repetiu o feito do ano anterior, sagrando-se a bicampeã do carnaval daquele ano.

O desfile da Portela começou já com o dia claro, mas seus integrantes, que esperaram mais de 9 horas para desfilar, não desanimaram. Quando soou o apito para a escola se formar, muitos estavam dormindo, porém não se furtaram à responsabilidade de repetir o feito do ano anterior, visto que carregavam sobre os ombros o título conquistado em 57. A agremiação azul e branco exibiu ótimas alegorias e 11 fantasias de destaque, sendo que somente a de uma das damas ficou em Cr$ 26.000,00. Dentro do cordão, 900 sambistas apresentavam com garra e animação o enredo que versou em quatro carros o samba de Simeão e Jorge Porqueiro.

O destaque da escola, no entanto, ficou por conta da bateria. Mestre Betinho, o homem que conquistou o título de 57 com uma fantasia de lonita e movimentos de ordem unida executados no apito, voltou esse ano com redobrado entusiasmo. A bateria da Portela, com 156 integrantes, trazia algumas mulheres instrumentistas. A fantasia da bateria foi desenhada com exclusividade, em cetim e fustão confeccionados em São Paulo, e sua feitura foi realizada em segredo. Os homens usavam palheta com fita de tecido especial, costume completo azul e branco, elegantemente ramalhado, e sapato do mesmo pano.

O Cruzeiro

Vilma e o antigo símbolo da escola: a águia levando um pandeiro

Trófeu de mehor porta-estandarte

Após o desfile, a comissão julgadora, composta pela escritora Eneida, Mário Barata, artista plástico, Mozart Araújo, músico, Elba Nogueira, coreógrafa, e Maria Louise, figurinista, declarou a Portela campeã do carnaval.

Os quesitos e seus respectivos julgadores foram os seguintes:
- Mozart Araújo: Bateria (0 a 10 pontos); Harmonia (0 a 10) e Melodia do samba (0 a 5);
- Mário Barata: Escultura e alegoria (0 a 10) e Iluminação (0 a 10);
- Eneida: Enredo (0 a 10) e Letra do samba (0 a 5);
- Maria Louise: Fantasia (0 a 10) e Bandeira (0 a 10);
- Elba Nogueira: Conjunto, evolução e riqueza (0 a 10); Coreografia de porta-bandeira e mestre-sala (0 a 10) e Comissão de Frente (0 a 10).

A apuração das grandes escolas ocorreu com toda calma e cordialidade, abraçando-se, ao final, vencidos e vencedores. A Portela alcançou, pela segunda vez consecutiva, o título com 106,5 pontos, apenas cinco décimos além do total conseguido pelo Império Serrano. A Estação Primeira de Mangueira foi a 3ª na classificação geral com 102,5 pontos, seguida, pela ordem, por Acadêmicos do Salgueiro, com 99 pontos; Unidos da Capela, com 89; União de Jacarepaguá, com 87,5; União do Centenário, com 86; Tupi de Braz de Pina, com 85; Unidos de Lucas, com 81; Beija-Flor, com 80,5; Unidos da Tijuca e Unidos de Bangu, com 80; Cartolinhas de Caxias, com 70; Unidos do Cabuçu, com 68; Caprichosos de Pilares, com 67; Unidos de Bento Ribeiro, com 66,5; Flor do Lins, com 65,5; e Filhos do Deserto, com 62 pontos. As três últimas foram rebaixadas.

Além do resultado oficial, Portela e Império Serrano dividiram 4 troféus entre si, ficando a bicampeã com 2 – de melhor porta-estandarte e melhor diretor de bateria – e Império com outros 2 – mestre-sala e samba.

Após a divulgação do resultado, aos gritos de "Portela! Portela", os vencedores foram para a rua, misturando sorrisos e lágrimas de felicidade, trocando abraços em plena Rua México, em frente ao Departamento de Turismo. Depois, em passeata em que não faltaram foguetes, os portelenses seguiram em direção a Madureira para festejar a vitória.

Samba-enredo de 1958, Vultos e Efemérides do Brasil
Compositor: Simeão e Jorge Porqueiro

Em 22 de abril de 1500
Nosso gigante vi cair
Por diante com amor edificou
Essa grande pátria varonil
E Portugal ao mundo revelou
Brasil, ô meu Brasil

Tiradentes, o mártir inconfidente
O pioneiro do Brasil independente
Da Inconfidência Mineira
Bela página brasileira
Do exemplo de amor à liberdade

José Bonifácio mentor de inteligência
Influenciou D. Pedro I
A dar o grito da independência

A princesa Isabel foi o anjo da Abolição
Deodoro, Rui Barbosa e Quintino Bocaiúva
Os baluartes da Proclamação


Texto revisado por Fabrício Soares

Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral.
Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor.


O Cruzeiro/Manchete





VEJA TAMBÉM:

28/03/08 09:17h
Portela 1941 - Dez Anos de Glórias

28/03/08 09:14h
Portela 1942 - A Vida do Samba

28/03/08 09:10h
Portela 1944 - Motivos patrióticos

28/03/08 09:05h
Portela 1945 - Brasil Glorioso

09/02/08 22:59h
Portela 2008 - Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade

25/11/07 04:40h
Portela 1947 - Honra ao Mérito

25/11/07 04:34h
Portela 1946 - Alvorada do Novo Mundo


25/11/07 03:51h
Portela 1939 - Teste ao Samba

16/11/07 17:18h
Portela 1943 - Carnaval de Guerra




Portel@web - 6 ANOS

Desde 25/11/2000

valorizando a história da Portela e dos portelenses

 

"Aqui deu frutos a semente que a Velha Guarda plantou"

 

Cláudio Bernardo

Esta Home Page é
dedicada à memória
do senhor Cláudio
Bernardo


G.R.E.S. Portela - sede social - Rua Clara Nunes, 81 - Cep 21351-110 - Fone: (21) 2489-6440

Copyright© 2000-2007 - Melhor Visualizado: 800x600 - Equipe  Portel@Web - Todos os direitos reservados - webmaster Rodrigo Prates