Crônica Portelense

A Portela e o espírito esportivo
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04/03/07 13:45
RIO - Equipe Portelaweb
Márcio Roberto


É madrugada de terça-feira.

O esquenta “Portela na Avenida” já começa a ser ouvido em toda a Sapucaí.

É a emoção do início de mais um desfile da Majestade do Samba, que, em 2007, tenta superar todos os limites e levantar sua bandeira. Foi com esse lema que o samba, assinado por Ciraninho, Diogo Nogueira e Celsinho de Andrade, empolgou o público, numa homenagem ao Pan do Rio de Janeiro.

A tão esperada águia de Oswaldo Cruz e Madureira entrou imponente, nas cores da agremiação, fazendo um vôo suave e iluminado; mexeu com os corações dos portelenses que assistiam ao desfile.

As mudanças pareciam evidentes logo na cabeça da escola: uma sincronizada Comissão de Frente aliou a força dos Deuses Gregos à leveza dos movimentos que lembravam esportes olímpicos; deu seu recado e saudou com graça a maior campeã dos carnavais.

A emoção não parou. O Cisne da Passarela apresentava o jovem casal de mestre-sala e porta-bandeira. Vilma Nascimento, após um longo afastamento de seu ninho, traz doçura à evolução de Diego e Alessandra. O casal, rodeado de bailarinas, faz bonito com o pavilhão azul e branco, garantindo à estreante porta-bandeira o prêmio Estandarte de Ouro Revelação 2007.

Um mar dourado de baianas, lindamente fantasiadas, reforçava a melhor tradição portelense com a esperança de uma vitória, que, aliás, era o tema da roupa. Será que era dessa vez? Se dependesse das 21 águias, no bem acabado abre-alas, sim!

Muito luxo nas baianinhas de Dodô. A eterna dama comandou um colorido sem igual, que girava em alusão aos arcos olímpicos.

Mas, infelizmente, esse luxo não se manteve regular nas demais alegorias e fantasias, muito embora a platéia tenha vibrado com os ídolos do esporte que cantavam com garra o samba nota 10, arrepiando a Sapucaí ao som da Tabajara.

Nesse ponto, vale ressaltar o maravilhoso trabalho apresentado pelo ilustre Nilo Sérgio. O mais jovem mestre de bateria do Grupo Especial mostrou que juventude, modernidade e tradição não são incompatíveis. Que cadência! Que imponência fazer liras voarem embaladas pelas bem executadas bossas! Um show!

Parecia a Portela dos sonhos dos portelenses: samba, emoção, tradição, modernidade.

Mas o sonho foi quebrado por uma inexplicável correria que deixou
visivelmente aflitos os componentes da escola. Correria que custou preciosos pontos em quesitos fundamentais, frustrando novamente o desejo de conquistar mais um título.

Nem a competente ala de passistas, incrementada por crianças que já dão esperança à longevidade do samba, conseguiu remediar os equívocos de um enredo mal resolvido e pouco convincente.

A Velha Guarda atravessa a avenida aplaudida. Nenhuma novidade nisso, afinal, os bambas de uma história recheada de glórias puderam desfilar cantando com toda autoridade: “Eu sou a raiz do samba”. Quem duvida?

A vibração era contagiante e não deu espaço algum ao esmorecimento. Os componentes riscaram o chão com a garra de sempre: elegantes, garbosos e orgulhosos, arrancando aplausos de quem reconhecia uma verdadeira Escola de Samba na avenida: “Essa aí é a Portela”.

A escola recuperou o luxo no final do desfile, exaltando baluartes eternizados na memória do samba. Mas o desencontro das últimas alas – por sinal, as mais animadas – ofuscou a chama acesa na alegoria, que trazia os Deuses Gregos junto aos Deuses da Portela celebrando o esporte, a saúde e a beleza.

Restou a esperança de que o espírito esportivo impulsione a Portela a
reconhecer mais uma derrota e a lutar para suplantar, o mais breve possível, as barreiras que ainda a separam do título.

Se o importante é competir, gostoso mesmo é ganhar.

Voa minha águia!!!

Equipe Portelaweb - 2007
Texto revisado por Fabrício Soares

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