23/12/07 12:52 RIO - Equipe Portelaweb Jorge Luis Madeiro
O Globo
Comissão de frente
Sob as bênçãos de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da escola, a Portela realizou no último dia 8 de dezembro seu primeiro ensaio técnico na Passarela do Samba. O desfile começou muito bem, com o intérprete Gilsinho cantando um dos mais belos sambas da agremiação, "Contos de areia", de 1984. Tanto na avenida quanto nas arquibancadas, componentes e torcedores cantaram em uníssono esse "esquenta", numa tentativa de abrir e abençoar os caminhos da azul-e-branco de Oswaldo Cruz/Madureira para o próximo carnaval.
O ensaio da Portela teve mais acertos do que erros. O belo samba, composto por Júnior Scafura, Diogo Nogueira, Ciraninho, Celsinho de Andrade e Ari do Cavaco, não rendeu o esperado, apesar dos esforços de Gilsinho, que mostrou a competência habitual. Algumas alas também não ajudaram e fizeram com que o ensaio ficasse morno em diversos setores e vão precisar de ajustes até o carnaval. A evolução da escola foi ruim em vários momentos e a harmonia também falhou. Para desespero do presidente Nilo Figueiredo, que monitorou o desempenho da bateria de Mestre Nilo Sérgio desde o setor 1, a direção de harmonia não esteve nos seus melhores dias e não conseguiu parar a escola na hora devida.
Mesmo com um bom desempenho, a Tabajara do Samba pecou em alguns pontos do desfile. Pelo menos diante de duas cabines de jurados, alas que estavam à frente da bateria não pararam e buracos se abriram. Além disso, ritmistas afirmaram que durante o ensaio houve uma rateada da bateria, ou seja, alguns ritmistas tocavam em momento diferente de outros. Isso fez com que os integrantes da bateria fossem chamados a atenção por duas vezes durante o desfile e, no final do ensaio, fossem repreendidos pelo mestre de bateria e pelo presidente da agremiação. Como ponto alto, a bateria apresentou algumas paradinhas e a coreografia. Adriana Bombom, que há três anos está à frente da bateria, apresentou-se no ensaio com um vestido prateado. Porém, para o desfile oficial, ela vai se vestir de branco, mas ainda não sabe como vai ser a fantasia.
A escola, que levou para o ensaio a águia do último desfile, preparou efeitos sonoros especiais. Mas os gritos da águia acabaram prejudicando o som no início da escola. Isso fez com que o canto atravessasse durante o ensaio. Mesmo assim, a alegoria empolgou as arquibancadas.
A chegada das primeiras alas perto do segundo recuo de bateria fez com que o canto atravessasse algumas vezes nessas alas. Isso porque a voz de Gilsinho praticamente não era ouvida por causa da pouca potência do carro de som. Grupos de passo marcado, mesmo acertando a coreografia, deram uma sensação fria logo na entrada da escola. Outro ponto negativo ficou por conta da evolução nesse primeiro setor da escola. Como havia excesso de espaço entre os componentes, as alas não preenchiam toda a pista (continua).
Harmonia deixa a desejar
A chegada das primeiras alas perto do segundo recuo de bateria fez com que o canto atravessasse algumas vezes nessas alas. Isso porque a voz de Gilsinho praticamente não era ouvida por causa da pouca potência do carro de som. Grupos de passo marcado, mesmo acertando a coreografia, deram uma sensação fria logo na entrada da escola. Outro ponto negativo ficou por conta da evolução nesse primeiro setor da escola. Como havia excesso de espaço entre os componentes, as alas não preenchiam toda a pista.
Um ponto crítico da azul-e-branco foi a harmonia, que deixou a desejar. Entre os vários erros cometidos pela harmonia, podemos citar o momento da passagem da escola pelo setor 3. Ali foram abertos alguns espaços, que, se forem repetidos no dia do desfile, vão tirar pontos da escola. Outro erro, o maior deles, se deu no momento em que o segundo casal se apresentava. Nenhum diretor teve o cuidado de segurar os componentes da ala que antecedia a dupla. Além disso, quando as primeiras alas chegavam ao final do ensaio, nenhum integrante da harmonia acompanhava os componentes.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Alessandra, atravessou a avenida com charme. Alessandra mostrou que amadureceu muito desde o carnaval passado, quando assumiu o posto de primeira porta-bandeira da agremiação. A dupla mostrou mais segurança e entrosamento que na temporada passada. Outro destaque positivo foi a ala de passistas. Os integrantes cantavam o samba e diziam no pé com desenvoltura.
Os baluartes da escola fizeram questão de participar da apresentação. E cada um com a responsabilidade de comandar uma ala ou setor. Waldir 59, um dos maiores vencedores de samba-enredo da Portela, veio à frente da escola, comandando o abre-alas. Tia Dodô, no alto de seus 86 anos, talvez tenha sido a componente mais animada de toda a Sapucaí. Com elegância, a lendária porta-bandeira veio à frente da Ala das Damas. Já Tia Surica fez de tudo. Sambou com Adriana Bombom na bateria, tirou fotografia e até exigiu mais garra de uma ala quando a escola passou diante do setor 11.
Além dos baluartes da Portela, celebridades também participaram do ensaio. Os atores Maurício Mattar e Paola Oliveira, a Sônia da novela “O profeta”, marcaram presença na Marquês de Sapucaí. O casal confirmou presença no desfile da Portela, quarta a desfilar no domingo de carnaval – ela no carro alegórico e ele, no chão.
Coreografada por Jorge Teixeira, a comissão de frente usou a apresentação mais para se ambientar com o "terreno”. Em 2008, a azul-e-branco apresentará o enredo "Reconstruindo a Natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade".