|
Boaventura dos Santos e Paulinho da Viola
|
O segundo concurso das escolas de samba contou com a participação de 28 agremiações.
O jornal "O Globo" substituía o periódico "O Mundo Esportivo" e patrocinava o evento, que prometia um sucesso ainda maior do que o obtido no ano anterior. O desfile estruturou-se, ganhou o apoio do prefeito Pedro Ernesto, mas estava ainda muito aquém do reconhecimento pretendido pelos sambistas.
Para a divulgação dos desfiles, jornalistas de "O Globo" visitaram algumas escolas para explicar aos leitores o que era uma escola de samba, ainda uma manifestação desconhecida de seus leitores, predominantemente das camadas superiores da sociedade.
A "Vai como Pode" foi a 11ª escola a desfilar, entrando na Praça XI ornamentada e iluminada por centenas de lâmpadas logo após a Recreio de Ramos. Aproximadamente 40.000 pessoas estavam presentes para aplaudir esse segundo desfile oficial da jovem escola de Oswaldo Cruz, região já reconhecida como um dos principais redutos de samba da cidade.
O enredo, ou tema, de autoria de Antônio Caetano, foi "Voando para a Glória", inspirado na Águia, o símbolo da escola. Auxiliando Caetano, Juca, Candinho e os jovens Lino Manuel dos Reis e Euzébio Gonçalves da Silva formavam uma verdadeira equipe, fundamental para as glórias futuras
da Portela.
Juntos, a equipe responsável pelo barracão criou um belíssimo castelo no qual pousava uma águia de asas abertas, ponto alto do desfile, além de diversas crianças andando de bicicleta para ilustrar a idéia proposta. O samba, composto por Boaventura dos Santos, o Ventura, foi "O Carnaval da Vitória", que expressava a esperança do pessoal de Oswaldo Cruz na conquista do primeiro campeonato. Contudo, o talento de Ventura e a criatividade de Caetano não foram suficientes para que a escola conquistasse seu primeiro título.
A comissão julgadora seria composta por João da Gente, Roberto Lobo, Antônio Veloso, Jorge Murade e Pilar Drumond. Como os três últimos não compareceram, o jornalista Jofre Rodrigues foi chamado para também fazer parte. O resultado final apontou a "Vai como Pode" em quarto lugar, empatada com a "De Mim Ninguém se Lembra", do bairro vizinho de Bento Ribeiro, que contava com o ex-portelense Heitor dos Prazeres.
Nada, porém, abalava a confiança dos sambistas de Oswaldo Cruz. Era apenas o segundo desfile, e todos sabiam que a primeira vitória seria apenas questão de tempo.
Equipe Portelaweb - 2001
Texto revisado por Fabrício Soares
Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral. Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor.
|