Com as escolas ainda divididas, o carnaval de 1951 estava fadado a repetir os mesmos problemas dos anos anteriores. A União Geral das Escolas de Samba preparava seu desfile na região da Praça XI e, como nos anos anteriores, ignorava completamente o que acontecia com as escolas filiadas à outra entidade. Sob a tutela da UGES, 20 escolas brigariam pelo título do carnaval daquele ano.
Como nos desfiles anteriores, Lino Manuel dos Reis seria o responsável pelo enredo que a Portela apresentaria. A novidade nesse ano era que, além de responsável pela concepção artística do espetáculo, Lino era também o presidente da escola. Inegavelmente, Lino era um nome fundamental para o sucesso da Portela.
Aproveitando-se da ascensão de Vargas - que sempre gozou de profunda admiração dos sambistas - novamente ao poder, o presidente Lino preparou o enredo "A volta do filho pródigo", que pretendia mostrar toda a alegria que os sambistas portelenses sentiam com a volta daquele que era considerado o "pai dos pobres".
E os grandes feitos do primeiro Governo Vargas entravam na avenida com a Portela. As leis trabalhistas, sua maior realização, eram apresentadas numa bonita alegoria. Outro carro, também muito bem realizado por Lino, Euzébio e Nilton, representava a siderúrgica de Volta Rendonda, berço da indústria de base nacional.
Com samba de Josias e Chatim, a Portela fez um grande desfile, deixando a avenida credenciada a voltar a ser campeã, o que não acontecia desde o inesquecível heptacampeonato de 1947.
E a comissão julgadora reconheceu a superioridade portelense, apontando-a como a grande campeã do carnaval. Em segundo lugar ficou a escola "Os Três Mosqueteiros", deixando a bicampeã Mangueira em terceiro.
No outro desfile, o Império Serrano sagrava-se tetracampeão.
Equipe Portelaweb - 2002
Texto revisado por Fabrício Soares
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