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1975 - Macunaíma, Herói de Nossa Gente
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27/01/06 11:18
RIO - Equipe Portelaweb
Fábio Pavão


Acervo Portelaweb

Desfile da Portela - 1975





"E o homem sou eu, minha gente, e eu fiquei pra vos contar a história. Por isso que vim aqui. Me acocorei em riba destas folhas, catei meus carrapatos, ponteei na violinha e em toque rasgado botei a boca no mundo cantando na fala impura as frases e os casos de Macunaíma, herói de nossa gente. Tem mais não".
Mário de Andrade, no epílogo de Macunaíma.

Assim como no ano anterior, o desfile das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro estava marcado para a Avenida Presidente Antônio Carlos. Dessa vez, a única diferença seria a mão invertida do desfile, que deveria acontecer no sentido Avenida Beira-mar/Praça XV, ao contrário de 1974.

O vice-campeonato do ano anterior traz confiança ao departamento cultural dirigido por Hiram Araújo, que, segundo o próprio, começava a apresentar os resultados esperados. A obra de Mário de Andrade, que ainda colhia os frutos do filme, agora seria valorizada pelo samba, maior manifestação popular do Brasil.

Macunaíma era a própria imagem do Brasil, um auto-retrato de nossa sociedade, e é com o objetivo de mostrar essa relação que os 3.500 portelenses, um contingente espantoso, entram na avenida em busca do tão sonhado campeonato.

A história foi dividida em 10 quadros. Uma colorida águia abre o cortejo das 61 alas. Estandartes e alegorias de mão demonstram as diversas tribos, compondo o cenário descrito pelo famoso escritor paulista.

A alegoria do Gigante Piaimã, construída por Cícero Delnero, destaca-se pelos efeitos, causando sensação na platéia. No terceiro carro, a socialite Beki Klabin era destaque, tendo como companhia Clóvis Bornay e Evandro de Castro Lima.

O belo samba de David Correa e Norival Reis é responsável pelo primeiro Estandarte de Ouro em samba-enredo da história da Portela. No carro de som, Silvinho da Portela e Clara Nunes defendem o samba com bastante empenho, auxiliados por Candeia e pelo próprio compositor David Correa. A bateria, redimindo-se dos problemas dos últimos anos, faz uma grande apresentação, obtendo a nota máxima que fugira nos desfiles anteriores.

Uma grande constelação, representando o firmamento, fecha a apresentação da Portela, que deixa a avenida brigando pela conquista do campeonato.

Acervo Portelaweb

A colorida águia de 1975



A história foi dividida em 10 quadros. Uma colorida águia abre o cortejo das 61 alas. Estandartes e alegorias de mão demonstram as diversas tribos, compondo o cenário descrito pelo famoso escritor paulista.

A alegoria do Gigante Piaimã, construída por Cícero Delnero, destaca-se pelos efeitos, causando sensação na platéia. No terceiro carro, a socialite Beki Klabin era destaque, tendo como companhia Clóvis Bornay e Evandro de Castro Lima.

O resultado, entretanto, não foi o esperado. A quinta colocação estava aquém do que o público e a Portela esperavam. A nota mais baixa que a escola obteve foi dada pela jurada de Mestre-sala e Porta-bandeira Tatiana Leskova, nota 7.

Alegorias 10
Bateria 10
Comissão de Frente 10
Cronometragem e Concentração 10
Enredo 10
Evolução 9
Fantasias 8
Harmonia 10
Letra do Samba de Enredo 9
Melodia 10
Mestre-Sala e Porta-Bandeira 7

Total de pontos da Portela - 103

Acervo Portelaweb

Clara Nunes, David Correa e Candeia interpretando o samba de 1975 da Portela






Portela 1975
Enredo: Macunaíma
Compositores: David Corrêa e Norival Reis


Portela apresenta
Do folclore tradições
Milagres do sertão à mata virgem
Assombrada com mil tentações
Cy, a rainha mãe do mato, oi
Macunaíma fascinou
Ao luar se fez poema
Mas ao filho encarnado
Toda maldição legou

Macunaíma índio branco catimbeiro
Negro sonso feiticeiro
Mata a cobra e dá um nó


Cy, em forma de estrela
À Macunaíma dá
Um talismã que ele perde e sai a vagar
Canta o uirapuru e encanta
Liberta a mágoa do seu triste coração
Negrinho do pastoreio foi a sua salvação
E derrotando o gigante
Era uma vez Piaiman
Macunaíma volta com o muiraquitã
Marupiara na luta e no amor
Quando para a pedra para sempre o monstro levou
O nosso herói assim cantou

Vou-me embora, vou-me embora
Eu aqui volto mais não
Vou morar no infinito
E virar constelação


Equipe Portelaweb - 2001
Texto revisado por Fabrício Soares

Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral. Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor.



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