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1952 - Brasil de Ontem
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21/01/06 18:47
RIO - Equipe Portelaweb
Fábio Pavão


Acervo Portelaweb

Mercado de escravos - Gravura de Rugendas



O carnaval de 1952 chegava com uma grande notícia para os sambistas: finalmente a tão sonhada unificação aconteceria. A fusão da Federação com a União Geral das Escolas de Samba possibilitou o surgimento da Associação das Escolas de Samba, que nascia reunindo as principais escolas de samba do Rio de Janeiro. Quase todas, pois a Confederação das Escolas de Samba continuava existindo e reunia algumas pequenas escolas.

O primeiro presidente foi Eloy Antero Dias, mais conhecido no mundo do samba como Mano Eloy, personalidade de extremo carisma que, depois de militar por várias agremiações, encontrava seu lar definitivo no Império Serrano.

O desfile foi marcado para a Avenida Presidente Vargas, no trecho compreendido entre a Avenida Rio Branco e a Rua Uruguaiana. Para a promoção do desfile, que já despontava como o maior de todos os tempos, foi construído um "tablado" de sessenta metros de comprimento por vinte de largura, com um metro de altura, para as escolas de samba se exibirem.

Devido ao grande número de escolas que passaram a integrar a Associação das Escolas de Samba, foi determinado que o desfile seria divido em dois grupos. Surgia, dessa forma, o desfile dos grupos de acesso, que teve a Unidos do Indaiá como primeira vencedora.

A Portela trazia para a avenida o enredo "Brasil de ontem", eternizado em mais uma inspirada obra de mestre Manacéa, idealizado e desenvolvido por Lino Manoel dos Reis. O enredo mostrava os difíceis anos de uma sociedade dividida entre escravos e senhores, que Manacéa musicou de maneira bastante poética.

A expectativa era grande entre os sambistas, pois era o primeiro confronto entre Portela, Mangueira e Império Serrano desde 1948. Batendo firme os pés, a Portela pisava o tablado. Cantando com raça e emoção o samba portelense.

O sofrimento da escravidão era revisitado, agora em forma de cultura popular: o tronco, o pelourinho, resquícios de um Brasil que tinha ficado apenas na lembrança dos mais idosos. O público aplaudia a Portela, apesar do barulho dos pés batendo na madeira.

Das três "protagonistas" do espetáculo, Portela e Mangueira desfilaram e conquistaram o público, sobretudo a primeira. Contudo, quando o Império Serrano iniciava sua aguardada apresentação, um verdadeiro temporal caiu sobre o Centro do Rio. A chuva não impediu os imperianos de mostrarem a já aguardada disposição, mas obrigou a comissão julgadora a se retirar do palanque preparado.

Sem ser julgada como deveria, a escola da Serrinha tentou, desde o final de sua apresentação, anular o desfile, apesar dos protestos dos portelenses e dos mangueirenses. No dia da esperada apuração, com muita discussão, acabou prevalecendo o apelo dos imperianos e o desfile foi anulado sem que os envelopes fossem sequer abertos.

Portelenses e mangueirenses protestavam, enquanto os imperianos comemoravam. A rivalidade entre Portela e Império Serrano se acirrava ainda mais. O grande confronto entre as três grandes ficou adiado para 1953, e a expectativa se manteve durante todo o ano.

Equipe Portelaweb - 2001
Texto revisado por Fabrício Soares

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