Outros Carnavais

1967 - Tal Dia é o Batizado
Mais notícias Imprimir  Voltar   
13/05/07 00:35
RIO - Equipe Portelaweb
Fábio Pavão


Acervo Portelaweb

Em 1967, a Portela contou a história da Inconfidência Mineira



"Tal dia é o batizado" entrou para a história como a senha usada pelos inconfidentes mineiros para iniciar a revolta. Foi esse também o título do enredo desenvolvido por Nelson Andrade e Juvenal Portela, que pretendiam mostrar na avenida um pouco dessa parte importante da História brasileira.

A chuva castigava a cidade no dia 5 de fevereiro de 1967, o grande dia de desfiles das escolas de samba. Talvez por isso, a Imperatriz Leopoldinense, primeira escola a desfilar, só entraria na avenida às 22h15min, mais de duas horas após o horário previsto pela organização.

Quinta escola a desfilar, a Portela pisou a avenida às 3:30 da manhã. Uma jarra com um enorme buquê de flores era o início de um espetáculo luxuoso, que contava com a participação de três mil componentes.

Sob o comando do diretor de harmonia Jaburu, as diversas alas portelenses brincavam na pista, cantando a plenos pulmões o samba de Jabolô, Catoni e Valtenir. Tudo animado pela bateria de Mestre André, diretor que se consagrou criando paradinhas para a Mocidade Independente de Padre Miguel.

Destacava-se no conjunto a alegoria que representava o local onde Tiradentes foi julgado pelos portugueses. Diversas telas mostravam, também, a imagem do alferes Joaquim José da Silva Xavier em uniforma de gala, o mártir esquartejado, a réplica da bandeira da Misericórdia, que acompanhou o cortejo, e outras imagens que representavam o tema.

Enquanto Wilma rodopiava, Maria Lata Dágua arrancava aplausos das arquibancadas. Durante as duas horas de desfile, que só terminou às 5:30 da manhã, as personalidades portelenses desfilaram alegria. O público se despedia da escola sob gritos de "já ganhou", fato destacado pelos jornais do dia seguinte.

A apuração, ocorrida no quartel da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, apontou a Portela na sexta colocação, obtendo apenas 83 pontos. Nelson Andrade, que mostrou conhecimento das notas antes mesmo da abertura dos envelopes, protestara antes e depois do resultado oficial, apesar de aceitá-lo.

Muitas críticas foram destinadas à comissão julgadora, que foi formada pelos seguintes nomes:

Ricardo Cravo Albim (bateria)
Chico Buarque de Holanda (enredo e letra)
Johnny Franklin (mestre-sala e porta-bandeira)
Ana Martins (fantasias e comissão de frente)
Ítalo de Oliveira (alegorias)
Aloísio Magalhães e Danúbio Menezes Galvão (desfile)
Diva Pieranti (harmonia e melodia)

O fato mais comentado foi Chico Buarque, segundo algumas testemunhas, ter dormido durante parte do desfile.

A Mangueira acabou vencedora do concurso, seguida por Império Serrano, Salgueiro, Vila Isabel, Unidos de Lucas e Portela.

Portela 1967
Enredo: Tal dia é o Batizado
Compositores: Jabolô, Catoni e Waltenir

Tiradentes,
Valoroso mártir inconfidente
Que o Brasil possuiu
Em Vila Rica
Cidade de Minas Gerais
Que há muitos anos atrás
Foi o palco de um capítulo a mais
Da nossa história
A senha dos revoltados
Era: TAL DIA É O BATIZADO
Para que o Brasil fosse libertado
Pelos conspiradores
Que eram bravos inconfidentes
intelectuais, vigários e coronéis
Liderados pelo alferes Tiradentes
Aquela época
Visconde de Barbacena
Executor da derrama
Foi móvel essencial
Para este episódio nacional
Que incentivou indiretamente
Tornar o Brasil independente
Mais tarde, foram traídos
Por JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS
O delator
Só ameaçado o vigário Confessou
Ô......ô......
E aqui no Rio de Janeiro
TIRADENTES tornou-se prisioneiro
Sendo sacrificado a 21 de abril
abrindo o caminho
da INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Equipe Portelaweb - 2003
Texto revisado por Fabrício Soares

Texto protegido pelas leis que regem o direito autoral. Proibida a reprodução total ou parcial sem os devidos créditos ou autorização do autor.


Carnaval de 1967
Dia 5 de fevereiro na Candelária. Participaram 10 escolas de samba. A Portela ficou em sexto lugar com 83 pontos. O quesito Bateria voltou a ser julgado separadamente. Fonte: Memória do Carnaval, Riotur, 1991
 
O Cruzeiro O Cruzeiro
Mestre Marçal nos tímpanos

Maria Lata Dágua

 
Manchete Manchete
Destaque Neide

Valdir 59, Bolinha e Odília

 
Fatos&Fotos; Fatos&Fotos;
Carlinhos e Paulo Cesar

Pato Rouco e Paulinho

 
Fatos&Fotos; O Cruzeiro
Paulete Silva e JB

Pastoras

 
O Cruzeiro O Cruzeiro
Vilma com a bateria ao fundo

A emoção de ver Vilma dançar...

 
Fatos&Fotos; Manchete
Vilma em frente a comissão julgadora

Dupla do Trio Fluminense

 
Manchete
Trio Fluminense



VEJA TAMBÉM:

03/06/07 05:21h
1972 - Ilu Ayê (Terra da Vida)

25/05/07 10:28h
1969 - As Treze Naus

17/05/07 11:51h
1953 - As Seis Datas Magnas

12/05/07 23:16h
1964 - O Segundo Casamento de D. Pedro I

04/04/07 00:34h
1976 - O Homem do Pacoval

04/03/07 13:46h
2007 - Os Deuses do Olimpo na Terra do Carnaval – Uma Festa do Esporte, da Saúde e da Beleza

27/01/06 11:18h
1975 - Macunaíma, Herói de Nossa Gente

27/01/06 09:36h
1974 - O Mundo Melhor de Pixinguinha

27/01/06 08:29h
1973 - Pasárgada, o Amigo do Rei


Portel@web - 6 ANOS

Desde 25/11/2000

valorizando a história da Portela e dos portelenses

 

"Aqui deu frutos a semente que a Velha Guarda plantou"

 

Cláudio Bernardo

Esta Home Page é
dedicada à memória
do senhor Cláudio
Bernardo


G.R.E.S. Portela - sede social - Rua Clara Nunes, 81 - Cep 21351-110 - Fone: (21) 2489-6440

Copyright© 2000-2007 - Melhor Visualizado: 800x600 - Equipe  Portel@Web - Todos os direitos reservados - webmaster Rodrigo Prates